Margaret Pelicano
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Crônica: Carnaval de Antigamente
Passávamos por altos e baixos. Em épocas diferentes meu pai trabalhava muito e ganhava muito. Chegava em casa com latas de vinte litros de balas, bombons, engradados de frutas vindos de Ribeirão Preto. Eram as boas vendas. O contrário também acontecia.
Quando 'as vacas' eram gordas, eu tinha um monte de amigos, todos em busca das guloseimas. E, meu pai, um homem generoso nunca se recusou a repartir e nos ensinou a ser assim.
Carnaval com dinheiro eram com belas fantasias de ciganas, melindrosas, sapatilhas nos pés para não machucar, lança-perfume, confetes e serpentinas, muita alegria nas matinês e quando mocinha nas quatro noites de carnaval. Íamos para o Clube Paraisense.
Nas fases fracas, fantasias com chita. Eu não percebia, mas estas eram as fases ricas da criação: certa vez, eu e minhas amigas fizemos um grupo fantasiado de índias. Para isto usamos saco de estopa forrado com algodão cru para não pinicar, pintamos uma longa pena de galinha com guache e a prendemos numa fita vermelha na cabeça.
Não é que ficamos lindas. Desta feita dançamos na Liga Operária, sem confetes, serpentinas, sem lança-perfume para mirar os olhos dos outros e jogar. Para isto ela era utilizada, para perturbar sadiamente, incomodar, impedir o folião de dançar.
Olha a cabeleira do Zezé...Bandeira branca amor...Na mesma máscara negra que esconde o seu rosto eu quero matar a saudade!...Era ou não era lindo o carnaval de antigamente. Cá pra nós...
Brasília - 25/01/2008
2 Comentários:
Me interesso muito por crônicas, e quero ser cronista quando crescer. Achei a sua muito bonita, interessante e divertida.
Faça mais. Quem sabe você não se torna uma escritora famosa?!
Beijos.
Leia muito e será um excelente cronista, um jornalista famoso....obrigada por visitar minha página, Margaret
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