Margaret Pelicano

quinta-feira, 1 de maio de 2008

VALHO-ME ENTÃO DO POETA


Se o Estado é sempre o mesmo, podem mudar 'zilhões' de administradores, que o estado tem que pagar o que deve aos funcionários!
Aqui em Brasília ocorre algo interessante: Se um governador toma posse, não quer pagar o que a gestão anterior deve!
Pode isto? Não consigo entender os descalabros deste país!
É como diz o ditado: "Farinha pouca, meu pirão primeiro"?
Ou vale o ditado: "A honra é a bússola dos homens de bem."
Ou será ainda que pensam assim os homens públicos: "Honra e interesse, não cabem no mesmo saco."
O que me interessa mesmo é denunciar este tipo de desrespeito com o professor do GDF. Aposenta e fica refém da seguinte frase: " os valores que você tem para receber já estão lançados na Folha de Pagamento. Quando o governo tiver verba, ele paga!"
Quando o governo tiver verba ele paga? Quer dizer que se não tiver nunca, não recebo nunca? Sou concursada, fiz também prova de títulos na época, aposentei-me com 30 anos de trabalho em carteira, 36 anos no total. Trabalho desde os 15 anos e quando o patrão tiver verba ele paga?
Como diz o povo mineiro: estou desacorçoada!
É um andar pra cá, pra lá, desde 2005 e ninguém resolve! Não se negocia! Não se paga nem devagar, nem em parcelas!
Não tenho para onde fugir: se entro com processo, recebo em precatórios que me aguardam morrer para não terem que pagar. Se não entro com processo, não tenho esperanças!
Valho-me então do poeta: Carlos Drummond de Andrade :
E agora José?
A festa acabou,
a luz apagou,o povo sumiu,a noite esfriou,e agora, José?e agora, Você?Você que é sem nome,que zomba dos outros,Você que faz versos,que ama, protesta?e agora, José?
...........................
Com a chave na mão quer abrir a porta,não existe porta;quer morrer no mar,mas o mar secou;quer ir para Minas,Minas não há mais.José, e agora?
.............................
Se você gritasse,se você gemesse,se você tocasse,a valsa vienense,se você dormisse,se você cansasse,se você morresse....Mas você não morre,você é duro, José!

Brasília - 30/04/2008

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escrito por Margaret Pelicano às 11:12

2 Comentários:

Meg, o blog está mesmo de vento em popa! Simples, simpático, inteligente, visual clean.

Ah, para essa ferida crônica do poder público brasileiro, só mesmo pedindo a ajuda do poeta. Valha-nos Deus!

Parabéns, amiga, e um grande abraço.
Lêda Yara

1 de maio de 2008 às 17:46  

Lêda, vc é especial d+ p/ o meu coração, moça, obrigada, MEG

16 de maio de 2008 às 18:15  

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