Margaret Pelicano
terça-feira, 5 de agosto de 2008
61. Alguém quer ouvir minhas histórias?
TENHO TANTAS HISTÓRIAS PARA CONTAR
Margaret Pelicano
Dentro de minhas lembranças, tanta história velha,
muros velhos sem reboco, cheios de limo,
casas antigas com samambaias sobre as telhas,
meus pulmões navegando na umidade do ar
e eu sufocada com a bronquite asmática...
Dentro de minhas lembranças, uma saudade doída
da infância de pé no chão, de escalar montanhas
quando viajava para Ouro Fino!
A Maria Fumaça apitando e nos sujando de fuligem,
os animais pastando o verde abundante
e a gente se deliciando, brigando para ficar na janelinha!
Dentro de minhas lembranças, camas de mola,
colchões de pena, travesseiros de paina
que me davam uma alergia danada
a caneta de pena, para ser molhada no tinteiro,
o mata-borrão secando quando a tinta pingava...
bem no meio do trabalho aquela manchona horrorosa,
e a gente molhava a borracha na saliva
e ia passando com cuidado para não rasgar o papel...
Certo dia ensinaram-me a limpar o trabalho
com água sanitária, bem devagar...
Meu Jesus Cristinho, nas primeiras vezes,
foi uma 'meleca' só, depois tudo foi dando certo,
como este poema em prosa onde conto minhas histórias
tentando deixar para a posteridade
a maneira de se viver nos idos de 1960...
Por que para o tempo, a idade é inexistente!
Naquela época muitos cavaleiros pela rua, a galope...
muitos moleques rodando pião,
muitos muros sendo escalados,
botinas chiadeiras, sapatos apertados...
não se comprava sapato sempre, era uma vez no ano,
olhe lá, duas! Menos desenganos!
O chapéu de um homem sobre a mesa
mostrava o respeito que se devia ao dono da casa!
Confiava-se num fio de barba de qualquer macho!
Dentro das gavetas de minhas lembranças, tanta história velha....
Brasília - 04/08/2008
Margaret Pelicano
Dentro de minhas lembranças, tanta história velha,
muros velhos sem reboco, cheios de limo,
casas antigas com samambaias sobre as telhas,
meus pulmões navegando na umidade do ar
e eu sufocada com a bronquite asmática...
Dentro de minhas lembranças, uma saudade doída
da infância de pé no chão, de escalar montanhas
quando viajava para Ouro Fino!
A Maria Fumaça apitando e nos sujando de fuligem,
os animais pastando o verde abundante
e a gente se deliciando, brigando para ficar na janelinha!
Dentro de minhas lembranças, camas de mola,
colchões de pena, travesseiros de paina
que me davam uma alergia danada
a caneta de pena, para ser molhada no tinteiro,
o mata-borrão secando quando a tinta pingava...
bem no meio do trabalho aquela manchona horrorosa,
e a gente molhava a borracha na saliva
e ia passando com cuidado para não rasgar o papel...
Certo dia ensinaram-me a limpar o trabalho
com água sanitária, bem devagar...
Meu Jesus Cristinho, nas primeiras vezes,
foi uma 'meleca' só, depois tudo foi dando certo,
como este poema em prosa onde conto minhas histórias
tentando deixar para a posteridade
a maneira de se viver nos idos de 1960...
Por que para o tempo, a idade é inexistente!
Naquela época muitos cavaleiros pela rua, a galope...
muitos moleques rodando pião,
muitos muros sendo escalados,
botinas chiadeiras, sapatos apertados...
não se comprava sapato sempre, era uma vez no ano,
olhe lá, duas! Menos desenganos!
O chapéu de um homem sobre a mesa
mostrava o respeito que se devia ao dono da casa!
Confiava-se num fio de barba de qualquer macho!
Dentro das gavetas de minhas lembranças, tanta história velha....
Brasília - 04/08/2008
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2 Comentários:
Margaret Pelicano Escritora ,Poeta,e Mãe de Família , muito agradeço as lembranças que hoje despertou em minha pessoa. Muitas das suas são iguais as minhas.........Tinta Parker ,caneta com pena mosquitinho molhando e borrando,mata-borrões em cima....O Respeito na Família na figura do Pai . As camas marca Patente ,colchões de mola ,travesseiro da paina , molinho....quintais de minha Vida, trepando nas árvores ....Eita sapato apertado ,durava ,o sapateiro colocava meia-sola e biqueiras de latão....viagens só de trem , delícia,e tantas mais alegrias que se foram com o tempo. Repito aqui a frase de Padre Zezinho__"Eu era Feliz e não sabia""_____Meus filhos não param para ouvir coisas do passado...eu sinto bastante ,era tudo tão puro... .A Educação ,os Valores mudaram ,só fiquei só. Te abraço Poeta Margaret , tens coração de Menina .Beth Siesck
Adoro suas histórias miga - O blog está uma graça de bem feito e com carinho em tudo. Beijos e mantenha sua meta. Oilan
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