Margaret Pelicano

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

RECADINHO DA ILZE...QUE GRACINHA...

CANÇÃO DO SOL,DA LUA E DA CHUVA...
Margaret Pelicano
Eu sou desatenta,
esquecida com coisas importantes,
mas lá, no fundo, a alma de criança
brinca com as futilidades...
Muitos pensam sobre minha desatenção:
'absurdo ela esquecer meu nome,escrevê-lo errado!
'Eu também sou assim
e corrijo o amigo!
Situação inimaginável!
No entanto o tempo vai passando,
acelerado ou lento
e percebo que o que antes me incomodava
não me incomoda mais
e o que não me amolava, agora perturba...
Bela pessoa confusa,
um dia sol, noutro lua, noutro chuva...e olhem:
lua tem só quatro fases,
mas eu me multiplico
e me torno obtusa!
Também, sei que não me conheço!
Acho que me conheço!
De repente, lá vem um tornado e me revira,
giro pelo espaço,, fico do avesso!
e me estatelo lá embaixo!
Vivo dizendo, sou assim e assado!
Ah! cabeça des/compensada,
sou nada disto, faço e me desfaço,
da rotina formo laços tristes;
na agitação, prefiro a calma!
Desta forma sou botão de flor,
que murcha e renasce
conforme as estações do ano,
conforme o trem da vida,
e assim, amorosamente vou levando...
Crio saudades arrependidas,
descasco abacaxis,
mato leões todos os dias...
Sinto prazer em cozinhar,
passada a fase da cozinha...começo a odiar!
Bordo as horas,
adoro verdes abobrinhas,
principalmente as feitas por minha mãe
minha rainha...
Meus filhos e neta, tesouros!
Costuro-os todos na bainha!
Por onde passo eles estão comigo enlaçados,
nos pensamentos debruados
amontoados de carinhos!
Amo amigos e deles não me desfaço!
Ilha que sou, às vezes me isolo,
como amante, colo!
Adoro colo e quando acho um...solo!
Em sinfonia decoro na horizontal e na vertical
a canção do Sol, da Lua e da Chuva
Sou rio que deságua em plácidas lagoas,
quando irada corro pro mar até me cansar...
então pego do barco a proa
e começo a marulhar...
Aos marujos encanto com meus versos
quando estes estão no cais
buscando na mulher o universo,
e como sereia serpenteio
seus corpos necessitados de carinho...
Ah! se a noite falasse,
os gemidos nas camas contassem,
haveria mentiras e verdades
andando de mãos dadas pelo mundo à fora,
mas sou rio, e rio corre até morrer no mar
e em círculos volta
e forma nuvens,
e me molho e me refaço no incessante vir a ser
do alinhar a vida, do acontecer, do sobreviver,
do apontar a direção para rejuvenescer!
Sou tanto e não sou nada:
criança, jovem, velha muralha!
Aquela que de nada quer saber,
e aquela que tudo acolhe,
e aprecia amanhecer!
Brasília - DF07/01/2008

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escrito por Margaret Pelicano às 15:08

1 Comentários:

Adoro esse poema seu! Como voce, tenho muitas fases e me conheço muito pouco! Imagino q minha reação seria assim ou assado, diante de determinadas situações e qdo acontecem comigo, reajo totalmente diferente. Por uma gota d'agua, tenho explosões de raiva e por um oceano, muitas vezes, sou tranquila,controlo as emoções... Vai entender o bicho mulher,rssss! Um beijo. Ilze

22 de outubro de 2008 às 15:19  

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