Margaret Pelicano

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Três Crônicas sobre Ariano Suassuna

O IMPORTANTE É SER GENTE
Margaret Pelicano

Quando era menino, na época do inverno, observava os rios secos se enchendo de água da chuva. Era um lamaçal a princípio. Depois a água deixava de ser turva, ia clareando, aparecendo as piabinhas, o sol batendo nas escamas que refletiam colorido arco-íres na água, agora cristalina.
Encantado com a beleza da água corrente, do verde que ia se espalhando pela terra árida, costumava deitar-se num tronco caído sobre o riacho, e ali, de bruços, pernas e braços abertos como se cavalga alegremente um cavalo, ficava horas observando a água correndo mansamente; ela feliz da vida por estar cooperando com os povos, completamente integrada à natureza outra vez...
Cena imaginada, deliciada pelo gosto da literatura, fui advertida pela minha filha: ele é realmente um contador de histórias. Estou vendo a cena, como se estivesse assistindo a um filme. Eu sorri e nada comentei, embevecida com o espetáculo humano que se deparava à minha frente.
Nunca mais vou esquecer o que vi, escutei, senti. Puro prazer estético: conhecer vivo ainda, um acadêmico de nossas letras. Eles que só vemos pela televisão. Ele que é tão simples, tão gente, sem aquela seriedade cansativa dos muito inteligentes. Ele, que teve atenção especial para com todos, ele que 'deu mostras de que tudo na natureza se interconecta, sendo todos essencialmente necessários para a manutenção de tudo, que o importante na vida são as relações de auto-ajuda,' ele se chama Ariano Suassuna!

Brasília - 14/10/2008


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escrito por Margaret Pelicano às 14:38

2 Comentários:

Meg, não consegui inserir o comentário abaixo, pois o endereço solicitado não lembro de cabeça, está em casa mas, segue abaixo para você ler:

"Cada um de nós, por sermos o sôpro de vida do Supremo Ser, comportamos em nós só momentos de felicidades. No entanto, pela realidade de também inserirmos em nós o querer descobrir e, mesmo a despeito do livre arbitrio, em muitos casos não optamos pelo caminho mais adequado e passamos a trilhar a estrada de pedras, não acariciamos as petalas das rosas mas os pinhos, e aquelas e estes, machucam e, em função da intensidade com que nos portamos, choraremos sangue ou apenas oceanos de lágrimas.
A questão também é que, só nos damos conta dessas realidades após anos de passagem por este planeta e em vários casos o ente não consegue perceber nada dessa realidade e vive eternamente nesse vale de lágrimas".

20 de outubro de 2008 às 00:11  

Meu amigo e escritor Lúcio Reis, que tem textos publicados em "O Liberal" jornal que circula no estado do Pará! Meu muito obrigada pelo carinho do comentário que muito ilustra minhas idéias, MEG

20 de outubro de 2008 às 00:12  

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