Margaret Pelicano

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

OFENSAS
Margaret Pelicano

A dormência me assola e luto;
luta fatídica, disparatada e desleal
contra o destino obtuso, arguto,
quarta-feira de cinzas, santo sem pedestal!

Das duas uma: ou se dorme e nunca mais se acorda
e se descansa da existência sem sal,
ou se desperta sabendo das desavenças,
maus entendidos, más crenças: bobagem irreal!...

Coração fibrila desesperado, a falta de ar devasta
o céu da boca, pulmões ressecam diante da visceral
infante: vida besta - maus amores, má casta!

É uma corrida horripilante em prol da eterna
e benfazeja morada astral, minha única esperança!
Viver é um sacrilégio, ofensa divina sem igual!

Brasília - 19/01/2009

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escrito por Margaret Pelicano às 10:00

2 Comentários:

Amei! MªLuiza Bonini

20 de janeiro de 2009 às 11:01  

Querida Eti
Forte este seu poema, de uma força de palavras muito característica de sua poesia, o que é quase ou, é mesmo, parte de seu estilo! Versos taxativos, que não dão espaço às discordâncias. Definitivos!
Belo poema, amargo pelo próprio tema, mas belo! Parabéns
Que sua alma esteja sempre arejada e luminosa, sempre, cara minha!
Beijinhos
Eme Paiva

20 de janeiro de 2009 às 11:04  

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