Margaret Pelicano
domingo, 27 de julho de 2008
Margaret Pelicano
por Lucia Trigueiro
Eterna expressão
criança suave fluido açucarado
sublime doce mel delicadeza
por Lucia Trigueiro
Eterna expressão
criança suave fluido açucarado
sublime doce mel delicadeza
entonação especial
bendita seja
pétala como pluma simpatia sorriso divino
inspira encanto emocional beleza árvore essência
espírito sólido de um jasmim
nascente olho-d'água
corrente límpida cristalina
pureza d'alma és poeta da paz
sagrado amor universal
eu te amo
bendita seja
pétala como pluma simpatia sorriso divino
inspira encanto emocional beleza árvore essência
espírito sólido de um jasmim
nascente olho-d'água
corrente límpida cristalina
pureza d'alma és poeta da paz
sagrado amor universal
eu te amo
Jesus te abençoe amiga querida
um beijo fraterno
Lucia Trigueiro
Brasilia27.07.2008
Marcadores: de amigos
QUISERA TER UMA CASA, DEPOIS UMA ÁRVORE NO QUINTAL, DEPOIS UM BANCO EM BAIXO....DEPOIS...OUVIR MINHAS CONFIDÊNCIAS!
O CANTO DO CURIÓ
Havia uma velha árvore no jardim da velha casa, da velha senhora.
Viveram juntas muitas estações e à sombra dessa amiga a senhora sonhou seus mais belos sonhos, viveu seus juvenis romances e muitas vezes chorou. A companheira que também já fora jovem, despejara sobre a cabeça da menina, depois jovem e hoje uma velha senhora, suas flores e durante muitas primaveras, se desfolhara em muitos outonos dourando o chão e aquecendo invernos de esperas.
Juntas dividiram seus momentos mais importantes ao longo do tempo. Compartilharam emoções, flores e frutos e misturaram suas lágrimas em tempo de sofrer. Sabiam muito uma da outra e se compreendiam, num mundo só delas.
Os pássaros de todo o céu sempre ali pousavam e, cantando, as embalavam. Ouviam suas confidências trocadas em tardes de devaneio. A cada estação voltavam, faziam seus ninhos e à sombra das folhas amigas cantavam seus cantos de amor.
E assim a velha senhora e a velha árvore, sempre juntas, viam o tempo passar e menos pássaros a cantar.
Como o tronco da árvore foi sendo marcado por intempéries, adquirindo majestosa aspereza que contavam uma história de vida, também o rosto da menina que se tornou uma bela jovem e, com o tempo, uma velha senhora, trazia em sua pele fina, marcas onde risos e lágrimas desenharam delicados arabescos. Os cabelos brilhantes que a árvore cobrira de flores de primavera e folhas douradas de outono já não eram os mesmos. Passara do colorido da mocidade para a imaculada brancura que o tempo tornara em cintilante coroa.
A velha senhora, sempre junto à companheira, usufruía momentos de intimidade, compartilhando seus amores e suas dores, fossem ventos violentos, brisa suave ou chuva refrescante, viviam seu outono. As chuvas, se lhes davam presentes dos céus, também deixavam-nas separadas, porém nunca distantes na sua perfeita comunhão. Seus corações vibravam na mesma sintonia, mesmo tendo entre elas um prosaico vidro de uma janela.
Assim os anos se sucedendo, a vida acontecendo e cada uma florescendo, dando frutos e enfeitando o mundo com suas vidas, viram chegar o tempo em que ficaram sós naquele jardim deserto da mansão vazia e cheia de silêncios. Vozes que voltavam, em ecos do ontem, ecoavam pelas paredes gélidas, antecâmara de um túmulo.
Muitas vezes se perguntavam qual das duas partiria primeiro, se a velha arvore, abatida pela ventania, com seus fracos e desnudos galhos ou a velha senhora com suas trôpegas pernas e sua vista cansada.
Os pássaros ali já quase não pousavam e os ouvidos da velha senhora já não ouviam muitas vozes ao seu redor.
Uma tarde, a velha senhora, sentada junto à amiga de tantos viveres compartilhados, em silêncio meditava. Não precisavam se falar tanto se conheciam. Suas saudades eram idênticas e seus sonhares tornaram-se tímidos. Perderam o vigor sabendo, porém, que qualquer que fosse o destino de cada uma delas a outra estaria presente e, pouco esperando, ainda sonhavam utópicos sonhos.
Voando um vôo jovem, cheio de confiança, exibindo o brilho de sua plumagem luminosa, cansado de um longo vôo para suas frágeis asas de pássaro menino, ali pousou um curió deixando que seu canto inundasse aquele jardim deserto onde havia apenas uma velha árvore e uma sonolenta senhora.
Como milagre, a velha árvore balançou seus ressequidos galhos onde poucas folhas teimavam em viver últimos verdores e, com desenvoltura inesperada, a velha senhora aprumou suas costas cansadas apurando seus ouvidos e surpresas deixaram aquela voz de milagre envolvê-las, penetrando-lhes todos os sentidos. De seus corações às suas peles enrugadas renderam graças à tão inesperada surpresa.
O jovem curió, ignorando o que acontecia tão perto dele e o milagre que produzira, ficou por instantes planejando vôos mais longos. Sacudindo sua mocidade, com suas plumas eriçadas, partiu deixando nas duas amigas um alo de ilusão.
A vida não mudara tanto. Ainda havia um jovem curió para trazer-lhes sopros de vida, cantos de esperança. Talvez um dia voltasse...
Você conhece algum curió que canta em velhas árvores, para velhas senhoras em jardins vazios e cheios de silêncios?
Conte esta história para ele, quem sabe um dia ele cantará para nós?
Maria Augusta Christo de Gouvêa - BH - 82 anos de luta em defesa da natureza!
Havia uma velha árvore no jardim da velha casa, da velha senhora.
Viveram juntas muitas estações e à sombra dessa amiga a senhora sonhou seus mais belos sonhos, viveu seus juvenis romances e muitas vezes chorou. A companheira que também já fora jovem, despejara sobre a cabeça da menina, depois jovem e hoje uma velha senhora, suas flores e durante muitas primaveras, se desfolhara em muitos outonos dourando o chão e aquecendo invernos de esperas.
Juntas dividiram seus momentos mais importantes ao longo do tempo. Compartilharam emoções, flores e frutos e misturaram suas lágrimas em tempo de sofrer. Sabiam muito uma da outra e se compreendiam, num mundo só delas.
Os pássaros de todo o céu sempre ali pousavam e, cantando, as embalavam. Ouviam suas confidências trocadas em tardes de devaneio. A cada estação voltavam, faziam seus ninhos e à sombra das folhas amigas cantavam seus cantos de amor.
E assim a velha senhora e a velha árvore, sempre juntas, viam o tempo passar e menos pássaros a cantar.
Como o tronco da árvore foi sendo marcado por intempéries, adquirindo majestosa aspereza que contavam uma história de vida, também o rosto da menina que se tornou uma bela jovem e, com o tempo, uma velha senhora, trazia em sua pele fina, marcas onde risos e lágrimas desenharam delicados arabescos. Os cabelos brilhantes que a árvore cobrira de flores de primavera e folhas douradas de outono já não eram os mesmos. Passara do colorido da mocidade para a imaculada brancura que o tempo tornara em cintilante coroa.
A velha senhora, sempre junto à companheira, usufruía momentos de intimidade, compartilhando seus amores e suas dores, fossem ventos violentos, brisa suave ou chuva refrescante, viviam seu outono. As chuvas, se lhes davam presentes dos céus, também deixavam-nas separadas, porém nunca distantes na sua perfeita comunhão. Seus corações vibravam na mesma sintonia, mesmo tendo entre elas um prosaico vidro de uma janela.
Assim os anos se sucedendo, a vida acontecendo e cada uma florescendo, dando frutos e enfeitando o mundo com suas vidas, viram chegar o tempo em que ficaram sós naquele jardim deserto da mansão vazia e cheia de silêncios. Vozes que voltavam, em ecos do ontem, ecoavam pelas paredes gélidas, antecâmara de um túmulo.
Muitas vezes se perguntavam qual das duas partiria primeiro, se a velha arvore, abatida pela ventania, com seus fracos e desnudos galhos ou a velha senhora com suas trôpegas pernas e sua vista cansada.
Os pássaros ali já quase não pousavam e os ouvidos da velha senhora já não ouviam muitas vozes ao seu redor.
Uma tarde, a velha senhora, sentada junto à amiga de tantos viveres compartilhados, em silêncio meditava. Não precisavam se falar tanto se conheciam. Suas saudades eram idênticas e seus sonhares tornaram-se tímidos. Perderam o vigor sabendo, porém, que qualquer que fosse o destino de cada uma delas a outra estaria presente e, pouco esperando, ainda sonhavam utópicos sonhos.
Voando um vôo jovem, cheio de confiança, exibindo o brilho de sua plumagem luminosa, cansado de um longo vôo para suas frágeis asas de pássaro menino, ali pousou um curió deixando que seu canto inundasse aquele jardim deserto onde havia apenas uma velha árvore e uma sonolenta senhora.
Como milagre, a velha árvore balançou seus ressequidos galhos onde poucas folhas teimavam em viver últimos verdores e, com desenvoltura inesperada, a velha senhora aprumou suas costas cansadas apurando seus ouvidos e surpresas deixaram aquela voz de milagre envolvê-las, penetrando-lhes todos os sentidos. De seus corações às suas peles enrugadas renderam graças à tão inesperada surpresa.
O jovem curió, ignorando o que acontecia tão perto dele e o milagre que produzira, ficou por instantes planejando vôos mais longos. Sacudindo sua mocidade, com suas plumas eriçadas, partiu deixando nas duas amigas um alo de ilusão.
A vida não mudara tanto. Ainda havia um jovem curió para trazer-lhes sopros de vida, cantos de esperança. Talvez um dia voltasse...
Você conhece algum curió que canta em velhas árvores, para velhas senhoras em jardins vazios e cheios de silêncios?
Conte esta história para ele, quem sabe um dia ele cantará para nós?
Maria Augusta Christo de Gouvêa - BH - 82 anos de luta em defesa da natureza!
sábado, 26 de julho de 2008
Os humilhados serão exaltados
" NÃO JULGUEIS PARA NÃO SERDES JULGADOS"
Margaret Pelicano
Não é o trabalho que me cansa, é o psicológico, a guerra fria, as ironias ferinas, as brincadeiras de mau gosto, a sutileza fina da piada, a pequenez de espírito vez em quando, mostrando a evolução não concluída, a versatilidade da usura; um esforço para crescer, impedido pelo tolhimento da alma embotada; a grosseria desnecessária, as alfinetadas, a dificuldade para esquecer, ver o outro por prisma diferente!
Aí me lembro que é preciso perdoar os pequeninos, e às vezes não consigo nem desculpar, que dirá perdoar! Como diria D.Filhuca: - desculpar eu desculpo, perdoar é só Deus!
Admiro a pobreza abundante: só tem feijão e sal? Dá para todos comerem? Amém Jesus, todos vão se alimentar por igual: o que bebe e o que não bebe, o que trabalha e o que não trabalha, o bonito e o feio, o que estuda e o que não estuda, o louco e o são! Tudo tão igual, tão sem preconceito, tudo tão perdoado, tão aceito, tão humanizado!
Mas, admirar, tem lá seus defeitos, admito! Nem sempre aceito, nem a pobreza de espírito, nem a falta de vontade de resolver 'as paradas' com uma boa conversa, que não deixe a alma magoada! Que cada um não saia para um lado, a vida toda, com o espírito choroso, sem encontrar a falha! Aquela falha que vem se avolumando, tirando lascas do vaso do amor, até que ele feio, carcomido, fica ali jogado num canto, sem enfeitar nada. Justo ele que deveria estar no centro da mesa mais bonita, no meio da casa!
É, é difícil conviver quando a dupla acha que está certa, quando o outro é errado. Difundiu-se a idéia: "sem culpa"! A partir de então, todos podem errar! Todos podem magoar! E o pior, todos podem julgar, e mandar, e fazer e desfazer da vida do outro! Tudo é sem culpa! 'Estou certo no meu ponto de vista, o ponto de vista do outro que se dane!'
E assim, o outro recebe uma enchurrada de informação, toma decisões de que se arrepende, simplesmente por que no círculo familiar ou de amigos, ninguém tem culpa de nada. Ficou bom demais viver assim para alguns!
E as terapias resolveriam estes problemas que estão baseados no diálogo franco? Nem por todo o frango do mundo. As pessoas tem a maior dificuldade de se encontrar e entender o outro. Pensam que se conhecem, estão enganados.
Ouvi certa tarde: fulana é preguiçosa, não gosta de trabalhar, só o fez por que não tinha jeito mesmo, se não, não sobreviveria! Baseado em que uma pessoa diz isto da outra, sem a conhecer direito? Nunca soube que numa época em que não havia máquina de lavar, esta pessoa lavava colchas de casal na mão, debaixo de chuva, toda a roupa da casa, colocava para coarar, depois enxaguava em várias águas. Quantas vezes tirou baldes e baldes de água da cisterna, por que faltava água na rua onde morava; que trabalhou fora, cuidou da casa e dos filhos conforme podia, repassou o que aprendeu e que hoje, já velhinha merece a preguiça que Deus, finalmente lhe deu?
Brasília - 26/07/2008
"Cuidado ao dividir suas preocupações e problemas com os outros. Lembre-se queDeus nunca dá a cruz mais pesada do que você possa carregar, mas isto não o capacita a avaliar o peso que o outro pode suportar.Orlando Ferraz"
Margaret Pelicano
Não é o trabalho que me cansa, é o psicológico, a guerra fria, as ironias ferinas, as brincadeiras de mau gosto, a sutileza fina da piada, a pequenez de espírito vez em quando, mostrando a evolução não concluída, a versatilidade da usura; um esforço para crescer, impedido pelo tolhimento da alma embotada; a grosseria desnecessária, as alfinetadas, a dificuldade para esquecer, ver o outro por prisma diferente!
Aí me lembro que é preciso perdoar os pequeninos, e às vezes não consigo nem desculpar, que dirá perdoar! Como diria D.Filhuca: - desculpar eu desculpo, perdoar é só Deus!
Admiro a pobreza abundante: só tem feijão e sal? Dá para todos comerem? Amém Jesus, todos vão se alimentar por igual: o que bebe e o que não bebe, o que trabalha e o que não trabalha, o bonito e o feio, o que estuda e o que não estuda, o louco e o são! Tudo tão igual, tão sem preconceito, tudo tão perdoado, tão aceito, tão humanizado!
Mas, admirar, tem lá seus defeitos, admito! Nem sempre aceito, nem a pobreza de espírito, nem a falta de vontade de resolver 'as paradas' com uma boa conversa, que não deixe a alma magoada! Que cada um não saia para um lado, a vida toda, com o espírito choroso, sem encontrar a falha! Aquela falha que vem se avolumando, tirando lascas do vaso do amor, até que ele feio, carcomido, fica ali jogado num canto, sem enfeitar nada. Justo ele que deveria estar no centro da mesa mais bonita, no meio da casa!
É, é difícil conviver quando a dupla acha que está certa, quando o outro é errado. Difundiu-se a idéia: "sem culpa"! A partir de então, todos podem errar! Todos podem magoar! E o pior, todos podem julgar, e mandar, e fazer e desfazer da vida do outro! Tudo é sem culpa! 'Estou certo no meu ponto de vista, o ponto de vista do outro que se dane!'
E assim, o outro recebe uma enchurrada de informação, toma decisões de que se arrepende, simplesmente por que no círculo familiar ou de amigos, ninguém tem culpa de nada. Ficou bom demais viver assim para alguns!
E as terapias resolveriam estes problemas que estão baseados no diálogo franco? Nem por todo o frango do mundo. As pessoas tem a maior dificuldade de se encontrar e entender o outro. Pensam que se conhecem, estão enganados.
Ouvi certa tarde: fulana é preguiçosa, não gosta de trabalhar, só o fez por que não tinha jeito mesmo, se não, não sobreviveria! Baseado em que uma pessoa diz isto da outra, sem a conhecer direito? Nunca soube que numa época em que não havia máquina de lavar, esta pessoa lavava colchas de casal na mão, debaixo de chuva, toda a roupa da casa, colocava para coarar, depois enxaguava em várias águas. Quantas vezes tirou baldes e baldes de água da cisterna, por que faltava água na rua onde morava; que trabalhou fora, cuidou da casa e dos filhos conforme podia, repassou o que aprendeu e que hoje, já velhinha merece a preguiça que Deus, finalmente lhe deu?
Brasília - 26/07/2008
"Cuidado ao dividir suas preocupações e problemas com os outros. Lembre-se queDeus nunca dá a cruz mais pesada do que você possa carregar, mas isto não o capacita a avaliar o peso que o outro pode suportar.Orlando Ferraz"
Marcadores: familiar
O AMOR É SENTIMENTO NOBRE E PRIMEIRO
A ROSCA E OS PÃEZINHOS DE CENTEIO
Margaret Pelicano
Abriu o armário de mantimentos e encontrou lá dentro dois pãezinhos de centeio e meia rosca escondidos entre os gêneros.
Noutro dia, abriu o armário do banheiro, onde se guardam medicamentos que devem ficar à mão. Queria fazer uma bela faxina, jogar os velhos fora, organizar os novos. Encontrou um vidro de 'Artrolive', e curiosa para saber que remédio era aquele, abriu-o e percebeu o vidro cheinho de amendoim torrado, já rançoso. Devia estar ali a muito tempo.
Começou a rememorar situações: quando criança, via Celi esconder comida do marido que não trabalhava, portanto não precisava comer. Com certeza a bebida o alimentava. Amargou o mal estar das recordações, da miséria, da fome roendo o estômago com frequência.
O tempo passou, a família se aprumou, mas Celi, pelo visto, continuava com o grave defeito de esconder comida. Não mais necessitava guardar para dar aos filhos, mas tinha um pavor danado de passar fome, ou de alguém comer aquilo de que gostava. Vivia dizendo: já passei fome demais, agora quero comer tudo o que tiver vontade. Tenho problemas de estômago desde os doze anos, nunca ninguém ligou para minha saúde, daí os alimentos me fazerem mal, mas quero comer! Fome, nunca mais! Como tudo o que tiver vontade!
A filha mais velha tinha verdadeiro horror a este tipo de coisa: a esta preocupação exagerada com alimento, a esconder comida. Preocupava-se por que algumas pessoas da família haviam herdado esta mediocridade. Escondiam doces de que gostavam até que emboloravam e acabavam no lixo. Ninguém os comia, mas escondiam...
O tempo se esvaiu, algumas destas pessoas modificaram o comportamento, mas Celi, Ele não conseguiu mudar muito não.
Algo inexplicável fazia ela sentir uma fome que incomodava? Será que era das vontades que havia passado na infância rigoroza? Experiências de outras vidas?
E esta idéia da fome se espandia: era fome de carinho, de atenção. Mas nunca havia dado carinho aos filhos, veio aprender sobre esta sensação com os netos. Perdera a primeira geração.
Dizem que o amor muda tudo, e deve mudar mesmo por ser sentimento nobre e primeiro. Depois que aprendeu a amar os netos, apaixonou-se pelos bisnetos. Neles ninguém tocava. Por eles daria a vida, daria até a rosca escondida no armário e os pãezinhos de centeio.
Brasília - 25/07/2008
http://momentosdepaznaterra.blogspot.com/
Margaret Pelicano
Abriu o armário de mantimentos e encontrou lá dentro dois pãezinhos de centeio e meia rosca escondidos entre os gêneros.
Noutro dia, abriu o armário do banheiro, onde se guardam medicamentos que devem ficar à mão. Queria fazer uma bela faxina, jogar os velhos fora, organizar os novos. Encontrou um vidro de 'Artrolive', e curiosa para saber que remédio era aquele, abriu-o e percebeu o vidro cheinho de amendoim torrado, já rançoso. Devia estar ali a muito tempo.
Começou a rememorar situações: quando criança, via Celi esconder comida do marido que não trabalhava, portanto não precisava comer. Com certeza a bebida o alimentava. Amargou o mal estar das recordações, da miséria, da fome roendo o estômago com frequência.
O tempo passou, a família se aprumou, mas Celi, pelo visto, continuava com o grave defeito de esconder comida. Não mais necessitava guardar para dar aos filhos, mas tinha um pavor danado de passar fome, ou de alguém comer aquilo de que gostava. Vivia dizendo: já passei fome demais, agora quero comer tudo o que tiver vontade. Tenho problemas de estômago desde os doze anos, nunca ninguém ligou para minha saúde, daí os alimentos me fazerem mal, mas quero comer! Fome, nunca mais! Como tudo o que tiver vontade!
A filha mais velha tinha verdadeiro horror a este tipo de coisa: a esta preocupação exagerada com alimento, a esconder comida. Preocupava-se por que algumas pessoas da família haviam herdado esta mediocridade. Escondiam doces de que gostavam até que emboloravam e acabavam no lixo. Ninguém os comia, mas escondiam...
O tempo se esvaiu, algumas destas pessoas modificaram o comportamento, mas Celi, Ele não conseguiu mudar muito não.
Algo inexplicável fazia ela sentir uma fome que incomodava? Será que era das vontades que havia passado na infância rigoroza? Experiências de outras vidas?
E esta idéia da fome se espandia: era fome de carinho, de atenção. Mas nunca havia dado carinho aos filhos, veio aprender sobre esta sensação com os netos. Perdera a primeira geração.
Dizem que o amor muda tudo, e deve mudar mesmo por ser sentimento nobre e primeiro. Depois que aprendeu a amar os netos, apaixonou-se pelos bisnetos. Neles ninguém tocava. Por eles daria a vida, daria até a rosca escondida no armário e os pãezinhos de centeio.
Brasília - 25/07/2008
http://momentosdepaznaterra.blogspot.com/
Marcadores: familiar
quinta-feira, 24 de julho de 2008
PHEBO - DEUS DO SOL NA MITOLOGIA GREGA - IRRADIAVA CALOR E ENERGIA
AMIGAS, SÃO PHEBO - IRRADIAM CALOR E ENERGIA
Margaret Pelicano
Tenho amigas que queria que fossem minhas irmãs!
Com elas me desfaço em letras e lágrimas,
circundo-as de carinho por que delas o recebo,
há afinidade e intimidade, risos cristalinos...
Ela brilham na minha saudade, são phebo!
Com elas me sinto super-mulher, ao calor do sol
por elas me aborreço e não esqueço:
Vejo-as como mulher gata: lindos girassóis!
Que seria do mundo sem amigos?
Quem para passar óleo bento nas chagas?
Quem para ser nosso Simão Cirineu?
Minhas amigas são minhas fãs! São ímãs
colados no meu coração andino,
tão latinas, sensíveis, quanto eu!
Brasília - 24/07/2008
Marcadores: Amizade
domingo, 20 de julho de 2008
Zeca = José de Avelar
Foi e inda continua sendo
com muito amor e emoção
qu'eumesminho sou emissário
pelo meu aniversário
Seja mui feliz Priscilla
que comigo também fez níver
e agradeço com amor,
para a menina Majô...
Ela é linda - não é confeti
é Siescky e também Beth
assim qual a linda 'pequena'
que é Maciel e Zena
Foi e inda continua sendo
com muito amor e emoção
qu'eumesminho sou emissário
pelo meu aniversário
Seja mui feliz Priscilla
que comigo também fez níver
e agradeço com amor,
para a menina Majô...
Ela é linda - não é confeti
é Siescky e também Beth
assim qual a linda 'pequena'
que é Maciel e Zena
Ser tão linda - é sua sina
femi_Nina... Nina... Nina
MariLena contêm o mar
na sua dimensão do amar
Ana Maria é Peralva
em sua pureza alva
e tão linda na noite ou dia
suspiramos pela Mercilia
O menino Marcelo é Romano
Imperador - salvo engano -
e o menino Jorge Humberto
quero sempre ter por perto
Assim como vemos o Savio
sendo da Poesia - o Sabio...
E sob suspiros e olhares
sentimos a Guida Linhares
Ah - da Nany não falo não
(vou esconder minha paixão)
E fingindo-se na terceiridade
com o nome de felicidade
com o eternespírito criança
sempre cheio desperança
todos a amam (e a amo)
Margaret Pelicano!
Assim foi que se passou o dia
sempre cheio d'alegria
do níver deste simples Zé
com o coração cheio de fé
Chorou muito emocionado
e assim - de 'alma lavada'
com os olhos marejados
disse a Deus: - Muito Obrigado!!!
Marcadores: Poesia - Lírica
sexta-feira, 18 de julho de 2008
LUA, VENHA DESPERTAR MEUS IRMÃOS AMADOS
SÓ OS LOUCOS TEM A CAPACIDADE DE VER A POESIA ATÉ ONDE ELA NÃO EXISTE!
Margaret Pelicano
Costumo descer com o meu casal de Yorkshire três vezes ao dia. Moro em apartamento e eles ficam loucos de alegria quando descem, sentem falta da natureza, acho! Exatamente hoje, fiquei deslumbrada com a Lua, em perfeita conjunção cósmica com Vésper.
Recordei-me que quando criança, ao chegar na casa de avós e tios, encontrava na sala de estar um quadro de Jesus no Monte das Oliveiras, olhando para um céu estreladíssimo e uma lua cheia de arrepiar! Ali eu sempre percebi o que é transcendência. O que é estar na Terra e não estar. Ficava de olhos vidrados naquela imagem.
Outros quadros que eu observava eram: o Sagrado Coração de Maria ; este apresentava o coração fora do peito e as lágrimas escorriam dele, tão machucado pela morte dolorosa do Cristo; do lado, estava O Sagrado Coração de Jesus chagado pela lança romana.
Sempre vi quadros de Santa Rita, todos tinham um altarzinho num canto, um oratório com São Judas, Santa Terezinha do menino Jesus, a maioria rezava o terço todos os dias, às 6 horas da tarde, ia à missa todos os dias pela manhã, para começar bem o dia. Quem não ia, certíssimo estar em uma das missas de domingo, ou nas igrejas 'evangélicas', ou nos Centros Espíritas! Todos criam em um Ente Superior, criador do Céu e da Terra, e, que rege a vida dos seres...
Caminhei com os cachorros, louca para voltar e escrever esta crônica, tamanhas as recordações daqueles tempos rezadeiros, religiosos, intimistas!...
Não vejo na maioria dos jovens de hoje esta vontade de transcender, de buscar o espírito, ou percebê-lo: no quarto que dormem, na energia dos alimentos, no carinho dos animais, dentro de um templo. Quase tudo virou uma massa ignara, remexida e massacrada pelas máquinas, como massa de pão de padaria. Todos saem iguais como pão francês, poucos pensam diferente., pouco observam detalhes!
A Lua está lá fora, iluminando tudo, mexendo com as marés, descobrindo os animais nas matas, clareando os rios, matizando os lagos de dourado. O mar deve estar enamorado, pois em torno dela há uma coroa de estrelas, ela a rainha da noite, os astros seus servos.
E, os pobres mortais, cá embaixo, vendo TV, escrevendo textos no computador, ouvindo músicas americanas bobas, sem letra e sem melodia, jogando joguinhos eletrônicos de guerra.
Esquecemos de ser bons, crédulos, afáveis, de conversar com Deus, como Jesus fazia! ?
Talvez só os loucos A vejam e A admirem. Só eles tem a capacidade de ver a poesia onde ela está e onde ela não existe!
Brasília - 18/07/2008
Margaret Pelicano
Costumo descer com o meu casal de Yorkshire três vezes ao dia. Moro em apartamento e eles ficam loucos de alegria quando descem, sentem falta da natureza, acho! Exatamente hoje, fiquei deslumbrada com a Lua, em perfeita conjunção cósmica com Vésper.
Recordei-me que quando criança, ao chegar na casa de avós e tios, encontrava na sala de estar um quadro de Jesus no Monte das Oliveiras, olhando para um céu estreladíssimo e uma lua cheia de arrepiar! Ali eu sempre percebi o que é transcendência. O que é estar na Terra e não estar. Ficava de olhos vidrados naquela imagem.
Outros quadros que eu observava eram: o Sagrado Coração de Maria ; este apresentava o coração fora do peito e as lágrimas escorriam dele, tão machucado pela morte dolorosa do Cristo; do lado, estava O Sagrado Coração de Jesus chagado pela lança romana.
Sempre vi quadros de Santa Rita, todos tinham um altarzinho num canto, um oratório com São Judas, Santa Terezinha do menino Jesus, a maioria rezava o terço todos os dias, às 6 horas da tarde, ia à missa todos os dias pela manhã, para começar bem o dia. Quem não ia, certíssimo estar em uma das missas de domingo, ou nas igrejas 'evangélicas', ou nos Centros Espíritas! Todos criam em um Ente Superior, criador do Céu e da Terra, e, que rege a vida dos seres...
Caminhei com os cachorros, louca para voltar e escrever esta crônica, tamanhas as recordações daqueles tempos rezadeiros, religiosos, intimistas!...
Não vejo na maioria dos jovens de hoje esta vontade de transcender, de buscar o espírito, ou percebê-lo: no quarto que dormem, na energia dos alimentos, no carinho dos animais, dentro de um templo. Quase tudo virou uma massa ignara, remexida e massacrada pelas máquinas, como massa de pão de padaria. Todos saem iguais como pão francês, poucos pensam diferente., pouco observam detalhes!
A Lua está lá fora, iluminando tudo, mexendo com as marés, descobrindo os animais nas matas, clareando os rios, matizando os lagos de dourado. O mar deve estar enamorado, pois em torno dela há uma coroa de estrelas, ela a rainha da noite, os astros seus servos.
E, os pobres mortais, cá embaixo, vendo TV, escrevendo textos no computador, ouvindo músicas americanas bobas, sem letra e sem melodia, jogando joguinhos eletrônicos de guerra.
Esquecemos de ser bons, crédulos, afáveis, de conversar com Deus, como Jesus fazia! ?
Talvez só os loucos A vejam e A admirem. Só eles tem a capacidade de ver a poesia onde ela está e onde ela não existe!
Brasília - 18/07/2008
Marcadores: RELIGIOSA
A UMA FAMÍLIA ESPECIAL
Margaret Pelicano
Mormente o mormaço incomodasse, eles continuavam catando café. Sacas e mais sacas intermináveis da preciosa bebida. Era assim que ganhavam o sustento. Naquela rua, quase todo mundo vivia do café!
Uma pequena sala, amontoada de sacas limpas e a limpar, dois pequenos quartos amontoaddos de camas, sempre a arrumar, colchões de penas de galinha bem fofos, travesseiros de paina que me faziam espirrar, dois urinóis embaixo da cama; uma cozinha maior, entulhada de panelas velhas e encarvoadas, um fogão à lenha onde o pretinho fumegava o dia todo no bule e era saboreado por ser puro, sem casca. Viver da cata dava um sono inclemente, e o café despertava! O banheiro era de buraco no chão, latrina, lá no fundo do quintal, lado esquerdo, a cisterna, mais abaixo, lado direito, entre os dois uma bela jabuticabeira.
O banho era em bacia de zinco, um atrás do outro, na mesma água. Coitado do último a chegar. As toalhas de banho, os panos de prato, as toalhas da mesa da cozinha, tudo feito de saco de algodão alvejado, até os lençóis.
Eu descia de minha casa, lá no centro da cidade, percebia as calçadas e as ruas se estreitando, passava por uma mina de água que escorria pelas ruelas, e, cantarolava de felicidade. Ia ver meus amigos. Chegava, acordava um ou outro que havia ficado catando café até tarde, enquanto o pai tocava violão e a mãe xingava pela fome que passava!
Às vezes uma das irmãs voltava a dormir. Eu me sentava também na mesa da sala e me distraía retirando as pedras dos grãos. Ali cantávamos juntos, ouvíamos piadas engraçadas do pai, comíamos arroz com feijão puro, vez em quando um torresminho. No lanche da tarde, uma baciada de jabuticaba no centro da mesa. Eu ajudava no trabalho e na comida! Eram vários plocs, plocs, plocs, a frutinha arrebentada na nossa boca. No chão de terra batida, caiam as palhas do café, as pedrinhas e os caroços da jabuticaba. Uma hora ou outra, alguém vinha e varria a sujeira. Novamente a mãe reclamava: - joguem as sementes da jabuticava na lata de óleo vazia! - Servem para alimentar os porcos! - Fulano, busque a lavagem na casa da sra "X". Se tiver carne jogada dentro da lavagem, retire e lave, que eu tempero aqui em casa e faço uma farofa!
Meu estômago enjoava! Porém, o resto era uma delícia!
Eram tempos bons, em que a gente não tinha medo de andar pelas ruas, andávamos em grupo e todos se conheciam.
Minha mãe me levava aos bailes da Liga Operária, e com ela ia a moçada da vizinhança. Frequentavámos também as matinês do carnaval, depois os bailes noturnos. A festa se prolongava pelas ruas da cidade, tamanho o prozeiro da ida e da volta!
O tempo levou consigo esta pobreza e esta alegria! Deixou uma filha formada em Letras, duas em Direito. O mais velho sofreu derrame jovem, de tanto trabalhar em São Paulo e ainda me reconhece quando vou visitá-lo; outra irmã vive nos fundos da casa, casou-se com um drogado que morreu de AIDS; o caçula, depois do vício das drogas, tornou-se evangélico e prega a bíblia pelas ruas. O pai violeiro, alegria das madrugadas e serenatas para as moças, quando era contratado, está falecido. Que pena seu Geraldo, que pena...as lágrimas escorrem pelo meu rosto, sinto saudades! E à mãe, D.Thereza, ainda viva, eu tiro o meu chapéu, coloco tapete vermelho para a sra. passar e entrego um buquê de rosas, pela garra que sempre teve!
Brasília - 17/07/2008
Mormente o mormaço incomodasse, eles continuavam catando café. Sacas e mais sacas intermináveis da preciosa bebida. Era assim que ganhavam o sustento. Naquela rua, quase todo mundo vivia do café!
Uma pequena sala, amontoada de sacas limpas e a limpar, dois pequenos quartos amontoaddos de camas, sempre a arrumar, colchões de penas de galinha bem fofos, travesseiros de paina que me faziam espirrar, dois urinóis embaixo da cama; uma cozinha maior, entulhada de panelas velhas e encarvoadas, um fogão à lenha onde o pretinho fumegava o dia todo no bule e era saboreado por ser puro, sem casca. Viver da cata dava um sono inclemente, e o café despertava! O banheiro era de buraco no chão, latrina, lá no fundo do quintal, lado esquerdo, a cisterna, mais abaixo, lado direito, entre os dois uma bela jabuticabeira.
O banho era em bacia de zinco, um atrás do outro, na mesma água. Coitado do último a chegar. As toalhas de banho, os panos de prato, as toalhas da mesa da cozinha, tudo feito de saco de algodão alvejado, até os lençóis.
Eu descia de minha casa, lá no centro da cidade, percebia as calçadas e as ruas se estreitando, passava por uma mina de água que escorria pelas ruelas, e, cantarolava de felicidade. Ia ver meus amigos. Chegava, acordava um ou outro que havia ficado catando café até tarde, enquanto o pai tocava violão e a mãe xingava pela fome que passava!
Às vezes uma das irmãs voltava a dormir. Eu me sentava também na mesa da sala e me distraía retirando as pedras dos grãos. Ali cantávamos juntos, ouvíamos piadas engraçadas do pai, comíamos arroz com feijão puro, vez em quando um torresminho. No lanche da tarde, uma baciada de jabuticaba no centro da mesa. Eu ajudava no trabalho e na comida! Eram vários plocs, plocs, plocs, a frutinha arrebentada na nossa boca. No chão de terra batida, caiam as palhas do café, as pedrinhas e os caroços da jabuticaba. Uma hora ou outra, alguém vinha e varria a sujeira. Novamente a mãe reclamava: - joguem as sementes da jabuticava na lata de óleo vazia! - Servem para alimentar os porcos! - Fulano, busque a lavagem na casa da sra "X". Se tiver carne jogada dentro da lavagem, retire e lave, que eu tempero aqui em casa e faço uma farofa!
Meu estômago enjoava! Porém, o resto era uma delícia!
Eram tempos bons, em que a gente não tinha medo de andar pelas ruas, andávamos em grupo e todos se conheciam.
Minha mãe me levava aos bailes da Liga Operária, e com ela ia a moçada da vizinhança. Frequentavámos também as matinês do carnaval, depois os bailes noturnos. A festa se prolongava pelas ruas da cidade, tamanho o prozeiro da ida e da volta!
O tempo levou consigo esta pobreza e esta alegria! Deixou uma filha formada em Letras, duas em Direito. O mais velho sofreu derrame jovem, de tanto trabalhar em São Paulo e ainda me reconhece quando vou visitá-lo; outra irmã vive nos fundos da casa, casou-se com um drogado que morreu de AIDS; o caçula, depois do vício das drogas, tornou-se evangélico e prega a bíblia pelas ruas. O pai violeiro, alegria das madrugadas e serenatas para as moças, quando era contratado, está falecido. Que pena seu Geraldo, que pena...as lágrimas escorrem pelo meu rosto, sinto saudades! E à mãe, D.Thereza, ainda viva, eu tiro o meu chapéu, coloco tapete vermelho para a sra. passar e entrego um buquê de rosas, pela garra que sempre teve!
Brasília - 17/07/2008
quinta-feira, 17 de julho de 2008
MÃE - MERECIMENTO ESPECIAL
Margaret Pelicano
Fico pensando se Deus quer que eu conte ashistórias que já ouvi ou não, sabem por quê? Escrevi este conto onteme ele sumiu aqui no meu computador, mas lá vai, sou insistente, e acredito que a realidade deva ser reconhecida, discutida, se possível, consertada!...
A mãe descia do alto de cidade todos osdomingos e sentava-se num banco da praça, no centro, com sua renca de filhos. As pessoas saiam da missa e nem observavam o que se passava, tudo em surdina, tudo meio doente, destrambelhado, desequilibrado, pervertido!...
A menina de 5 aninhos, cabelinho comprido, escorrido, rostinho de anjo moreno, saia do grupo e se sentava no banco da frente, onde um senhor, vestido com capa de boiadeiro, fizesse sol ou chuva, estava. Todos os domingos, à noite, no mesmo lugar, na mesma praça...
O bracinho magro sumia naquela capa, e passado algum tempo a menina retornava com as mãos cheias de balinhas que distribuía aos irmãos. Seu rostinho tristonho contrastava com a alegria deles.
Tudo repetitivo, conivente, sem uma palavra. Após esta rotina, a mãe se levantava, recolhia todos os filhos e voltava para casa!
Hoje, mulher feita, linda, a ex-criança, nunca se casou, tem nojo de homem, e é uma estrela que cuida da mãe! Deus que me perdôe, mas nem sei se merecimento tem esta matrona do interior!
Em sã consciência, quem quereria ter uma mãe assim?
Parece que ultimamente, abri as comportas do meu cérebro para falar só de mães abomináveis.
Em 3 dias esta é a terceira narrativa sobre algumas pessoas desqualificadas, absurdamente movidas à barbárie psicológica.
- Mortificar-me para ganhar balinhas! Odiar os homens, ter nojo do outro sexo! Esta a experiência da fome, da pobreza, da humilhação! A troco de que minha mãe permitia isto, meu Deus!
Nunca tocaram neste assunto, mas o trauma está ali, do tamanho do sol, ou seria do tamanho de uma aranha comprimindo o coração?...
Este o desabafo, de uma pessoa muitoquerida, que tinha tudo para ser feliz, para confiar! Restou-lhe adesconfiança no mundo inteiro! Um coração de ouro, mas ouro em pó,diluído nas amarguras.
O perfume forte da dama da noite adentra pela minha janela, faz frio, a lua é cheia, prateada e linda. Meu espírito inspira o cheiro que aprecio e meche com as fímbrias de minha alma. Fico sem compreender o ser humano, as taras, os desencantos que precisarão de muitos anos para serem compreendidos, curados e perdoados.
Brasília - 15/07/2008
Marcadores: ENGAJADA - CRÔNICA
domingo, 13 de julho de 2008
MAIS UMA VEZ CANTANDO O AMOR
Margaret Pelicano
Vai passarinho,
cantar na janela de minha amada,
traga dela o bilhetinho,
marcando a hora afortunada!
Que venha carta perfumada,
com o cheiro do corpo dela,
ou daquela mão de fada,
as letras voando pela janela...
dizendo que me quer,
que sem mim, a luz da vela
não tem cheiro de jasmim,
e o jardim é sem aquarela...
Se puder passarinho,
chegue bem no ouvido dela
cante o canto mais mavioso
que ela adormeça sem alvoroço...
Desde já agradeço o carinho,
este seu jeito de moço
delicado e apaixonado,
passarinho, você é um colosso!
Brasília - 12/07/2008
Vai passarinho,
cantar na janela de minha amada,
traga dela o bilhetinho,
marcando a hora afortunada!
Que venha carta perfumada,
com o cheiro do corpo dela,
ou daquela mão de fada,
as letras voando pela janela...
dizendo que me quer,
que sem mim, a luz da vela
não tem cheiro de jasmim,
e o jardim é sem aquarela...
Se puder passarinho,
chegue bem no ouvido dela
cante o canto mais mavioso
que ela adormeça sem alvoroço...
Desde já agradeço o carinho,
este seu jeito de moço
delicado e apaixonado,
passarinho, você é um colosso!
Brasília - 12/07/2008
Marcadores: Poesia - Lírica
O AMOR É O SENTIMENTO MAIS PURO QUE ELE NOS DEIXOU
SINFONIA
Margaret Pelicano
Os acordes viajam noite à dentro,
consolando a insônia, secando lágrimas,
o órgão vibra ao longe, dilata o tempo,
as horas são lentas como o tocar da harpa...
Imagens vagueiam pelas paredes
são amores que já foram parelhas,
beijos roubados, sorrisos de malícia,
sussurros de amor, as primícias...
aqueles beijos mais puros, os corpos mais jovens,
depois os de agora, todo um filme
passando pela memória...
Que se prolongue a noite mal amada,
não importa quando chega a alvorada,
quem já teve amor para preencher todas as horas!
Brasília - 12/07/2008
Marcadores: Poesia - Lírica
sexta-feira, 4 de julho de 2008
AMAR SEM ESPERAR RECOMPENSA, ESTA A BELEZA DO AMOR
MUITO MAIS
Margaret Pelicano
Muito mais que palavras
foram as frases não ditas,
o pensamento equivocado
o abraço ressentido,
a mão evitando a carícia!
Muito mais que palavras,
foi este coração duro,
batendo no peito como martelo
machucando as entranhas
do amor encoberto!
Muito mais que desejo,
foi a consciência
do não poder amar direito,
a pleno vapor,
nem tirar proveito
do único instante de amor!...
Brasília - 02/07/2008
Inspirado em poema de Naida Terra
Margaret Pelicano
Muito mais que palavras
foram as frases não ditas,
o pensamento equivocado
o abraço ressentido,
a mão evitando a carícia!
Muito mais que palavras,
foi este coração duro,
batendo no peito como martelo
machucando as entranhas
do amor encoberto!
Muito mais que desejo,
foi a consciência
do não poder amar direito,
a pleno vapor,
nem tirar proveito
do único instante de amor!...
Brasília - 02/07/2008
Inspirado em poema de Naida Terra
Marcadores: Poesia - Lírica