Margaret Pelicano

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

LOJA DA SABEDORIA


Na velha loja da Sabedoria, tinha um cartaz,que diz que cada coisa nesta vida, tem um preço que devemos pagar, é o custo para se ter, aquilo que se deseja de verdade, que é diferente de apenas querer.


Na grande tabela da vida se lê: o preço do amor é a fidelidade, o preço da fidelidade é o compartilhar, o preço da saúde é o harmonizar, e a harmonia custa o bem estar. A paz custa o perdoar, e o custo de perdoar é o desapego, e desapegar-se custa exercitar a humildade, e ser humilde custa livrar-se do orgulho, e deixar o orgulho custa acreditar, acreditar que não somos nada além de poeira no espaço infinito.


Com humildade, seremos capazes de compartilhar, de tudo o que temos poderemos dividir, e dividindo, vamos nos harmonizar, e assim a paz virá trazendo pelas mãos, o amor que tanto desejamos viver, e com tanto amor na alma, saberemos perdoar...


E assim, conquistaremos a fidelidade, fidelidade para com a vida, para com nós mesmos, para com o próximo e para Deus, e seremos felizes, mesmo com o pouco, pois muito tem, quem ama e é amado, perdoa e é perdoado, crê e segue, sabendo que o preço da vida, é a eternidade desse momento que chamamos simplesmentede "dia de hoje", dia de ser Feliz.


Paulo Roberto Gaefke
Enviado pela prima Cassandra

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escrito por Margaret Pelicano às 16:20 1 Comentários

FAZER AMOR



Fazer Amor
Carmo Vasconcelos

"Fazer Amor"...
Pura expressão tecnicista!
Como se o Amor se fizesse
Como se das mãos brotasse
Como se do chão nascesse...
Como se houvesse o artista
que tal obra projectasse

Como se o Amor fosse táctil
mecânico, elaborado
artefacto, peça fácil
mero produto acabado...
Matéria reconstruída
cria gerada e nascida

"Fazer Amor"...
Se alguém fazê-lo soubesse
qual artífice faz a obra
qual actor inventa o gesto...
De tal modo abundaria
tornado tanto e de resto
que ninguém o buscaria
em ânsias, por ser de sobra

Por não existir tal dom
o Amor é raro, precioso
feito mistério e encanto...
Génio bom e luminoso
que das harpas tem o som
e das sereias o canto

O Amor
pode até inventar-se
pode vender-se, comprar-se
pode adiar-se, esquecer-se
como uma Graça esperar-se
sofregamente querer-se...
Mas jamais pode " fazer-se " !

***
In "Geometrias Intemporais”, publicado no ano 2000


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escrito por Margaret Pelicano às 16:13 4 Comentários

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

EM MIM, A MARCA DO AMOR


'Toda eu era olhos e coração'
até que compreendi a extenção
do imponderável,
do misterioso,
do incomensurável
sentido do amor....

Ao contrário de muitos:
percebi muita felicidade,
algum medo...
talvez por não conhecer
do amar os poderes da sugestão...

O tal desamparo,
a sensação de eterna solidão
acompanhada,
nuca me ficou clara no amor,
por mais que o outro me jurasse
eternidade de sentimento...

e os lampejos da paixão...
amada paixão...
sempre batendo à minha porta...
um dedicar-me inteiramente ao outro,
até que ele me decepcione!...
...e decepciona...
assim como eu devo decepcionar: tanto ou pouco!

Preferir, então, viver só,
para não mais sofrer!
Travestir-me de completude:
eu me amo, eu me basto?...
...quanta mentira, insegurança,
invenção da minha parte!...

Há um inexplicável
asco!?
Um sentimento de fracasso?
O imexível amor,
o complicado,
o confuso,
o necessário amor...

Brasília - 18/04/2007
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terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

POR UM MUNDO NOVO E MELHOR



A GRANDEZA
DA COMPAIXÃO

Algumas das mais lindas histórias da Humanidade podem ser encontradas na literatura da velha Índia. A que você vai conhecer agora está no poema épico Mahabharata.

Uma grande batalha estava prestes a ocorrer: os Kurus e seus primos Pandavas se enfrentariam, dentro de poucas horas.

Mas, instantes antes do início da batalha, os olhos do príncipe Krishna pousaram sobre uma avezinha que estremecia diante dos ruídos da guerra. Era uma ventoinha.

O passarinho havia feito seu ninho em meio à grama alta. Logo, os elefantes e cavalos da guerra esmagariam os ovinhos que abrigavam os filhotes.

Os olhos claros de Krishna se encheram de compaixão. Desceu da carruagem e aproximou-se.

Viu a avezinha que se recusava a abandonar o ninho indefeso. Ouviu seus pios desesperados. Observou como ela se debatia, aflita, adivinhando o perigo iminente. Comoveu-se.

Mãezinha – disse Krishna – que bela é a devoção que tens à tua família! Que elevada forma de amor há em teu coração.

Buscou então um pesado sino de bronze e, cuidadosamente, cobriu a mãe e o ninho.

Conta a História que a batalha foi terrível, mas, quando terminou, a família de passarinhos estava a salvo.

Os milênios se passaram e aquele campo de batalha ainda existe na Índia. E nele se pode ouvir os pios das ventoinhas que ali fazem seus ninhos.

São a lembrança viva do gentil Krishna e de sua compaixão por todos os seres vivos.

* * *

Que lição temos nesta história singela! E como podemos estendê-la às nossas vidas.

Compaixão é enxergar o sofrimento do outro, mesmo quando estamos em meio aos nossos próprios problemas.

Compaixão é uma doce palavra, que torna o coração sensível e está muito além de somente comover-se com o sofrimento material de alguém.

É claro que fome, pobreza e doença sensibilizam a alma, mas a compaixão também pode ser traduzida pelo sentimento de compreensão perante as pessoas difíceis, pelo perdão a quem nos ofende e maltrata.

Diga-se, a mais difícil forma de compaixão é tolerar aqueles que são desagradáveis ou causam prejuízos.

Portanto, a mais séria pergunta é: Como amar os que nos humilham sem nos tornarmos covardes?

A resposta foi dada por Jesus: Seja o teu dizer sim, sim; não, não. Isto é: sinceridade, transparência sempre. Mas tudo isso dulcificado pela compaixão.

Não se trata de achar que o outro é um coitado ou um medíocre. Quem pensa assim está desprezando a outra pessoa.

O estado de compaixão compreende o próximo verdadeiramente. Não se põe em posição superior a ele. Não o humilha.

A verdadeira compaixão é generosa. Ela entende o momento e as razões da outra pessoa.

Um exemplo de gesto de compaixão está em Jesus: no alto da cruz, fustigado por fome e sede, traído pelos amigos, torturado pelos homens, ele ergueu os olhos para o Céu.

E pediu simplesmente ao Pai Celeste: Perdoa-os, Pai, pois não sabem o que fazem.

Não lhes enumerou os erros, mas suplicou para eles o perdão Divino.

Certamente cada um dos que feriram Jesus carregou, durante anos a fio, o peso do remorso. A Lei Divina não deixou de agir neles.

Mas, enquanto Seus algozes permaneciam na Terra, açoitados pela própria consciência, o Cristo seguia adiante, em paz consigo mesmo.

Hoje - pelo menos hoje - pense na grandeza desse gesto e imite Jesus.

Redação do Momento Espírita.

Em 26.02.2008.

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domingo, 24 de fevereiro de 2008

DUETO: O QUE APRENDI


O QUE APRENDI COM MINHA MÃE
Margaret Pelicano

O século XX foi palco de muito medo: a primeira e a segunda guerras mundiais, o suicídio de Getúlio Vargas, a ditadura no Brasil e outros países da América Latina. Situações que interferiram e muito na vida dos mais diversos povos. Neste contexto caótico, nasceram em Minas Gerais, em 1924 e 1928, o meu pai e a minha mãe. Ele filho de italianos e ela descendente de espanhóis e da miscigenação brasileira. Resultado: uma mulher forte, guerreira.
Nesta época, as notícias demoravam a chegar ao interior, mas meus pais viviam atualizados. Ele gostava de ler jornais e ela de ouvir rádio. A TV só chegou até nós por volta de 1965. Era cara, difícil de comprar e precisava de muitas antenas para assistirmos a uma novela bem chuviscada e em preto e branco, no vizinho.
Conforme fui me sentindo gente, percebi que ter receio de minha mãe era algo bom. Muito séria, ser arteira como eu fui, não teria um bom resultado. Como me encantava com as brincadeiras na rua, numa época sem perigos, se bobear, apanhava. Não querer ir pra escola, impensável! Vinda de uma educação tradicionalíssima, dela recebíamos as leis do lugar:

- não se deve magoar ninguém;
- o melhor marido de uma mulher é um bom emprego, para isto é necessário estudar;
- confiar, desconfiando;
- trabalho é a redenção do pobre.

Apesar da seriedade dos ensinamentos, fomos crescendo ingênuas demais, humildes em excesso. Viemos para Brasília quando eu tinha 19 anos, em 1970. Minha primeira irmã, tinha 15 anos, a segunda irmã 13, e a caçula 7. Simpáticas, alegres, inocentes, sem preparo para enfrentar as armadilhas da cidade grande. Nosso anjo de guarda espiritual e o anjo mãe deram-se as mãos e nos protegeram. Assim, nosso caminho foi repleto de pessoas ‘sangue bom’.
Por acreditarmos que o trabalho é bênção, trabalhávamos fora, fazíamos cursos gratuitos oferecidos pela SEDF e compartilhávamos a limpeza exagerada da casa, esta, sempre um primor.
Escrevendo estas lembranças, recordo cada vez mais tudo o que aprendi com ela: ser forte, mesmo que o medo nos assole, enfrentar as dificuldades!
Ela costuma dizer: “A gente era feliz e não sabia”. Vivíamos uma vidinha bem original no interior, tínhamos vizinhos magníficos, plantávamos o milho com que fazíamos nossa pamonha, colhíamos o próprio chuchu, as frutas do quintal, criávamos galinhas, repartíamos o que era bom e o que era ruim.
Ela ainda é referência em tudo o que faço. Quando ainda ministrava aulas, lembrava-me constantemente dos provérbios que ela repetia : “Quem faz os de fora sorrir, faz os de casa chorar”, era um deles.
Dona de uma caligrafia invejável e de uma lucidez incrível, até hoje cuida de sua vida financeira e dá conta de tudo o que a envolve. Ajudar a família sempre, é o seu lema! Super mãe, esta mulher de 80 anos, tem cheiro de sol quando nasce!
Brasília , 24/02/2007

O QUE APRENDI COM MINHA BISAVÓ
Laura Sillos

- Você fez isto?
- Não fiz.
- Você fez, sim!
- Não fiz!
- Laura, você fez que eu sei!
- Tá, então fiz! Fiz com gosto!
( risos!)
Aprendi com minha bisa que diante de uma situação insistente, melhor concordar! É pacífico e não desgasta!

Brasília, 24/02/2008
Pelo aniversário de 80 anos de Ilce Sillos Pelicano

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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

SÓ DEUS EM SUA INFINITA SABEDORIA


Subindo a ladeira da agonia,
lá vão meus pecados, ofegantes,
encontrando as maiores dificuldades,
para chegar no topo da rua...

Quando estou quase chegando,
o cérebro rejubila-se com a conquista...
e nova ladeira surge à frente, a mente delirante
agoniza com o percurso infinito, realidade crua!...

Um grito silencioso sai da boca ressequida,
a alma nua, buscando ser ressuscitada
se esvai, querendo amanheceres jubilosos,
menos enfrentamentos, rancores, ais!...

Sei que dedicar-me ao social é pouco
para diminuir o imoral, o que fiz de mal
e nem lembro, não tenho sinal...
tudo está nos arquivos da memória!

Só Deus em sua infinita sabedoria,
compreende e perdoa, coroa-me
com menos problemas, com o saber pensar;
deu-me intelecto para poder vicejar...

Se houve merecimento, não sei,
devo ter sido má, rainha ou rei,
lutado na cruzadas, usado muito a espada!
E hoje se me depara a ladeira da agonia!

Difícil de subir, atropelos para ultrapassar,
Só minha grande vontade, meu senso de justiça,
e Deus de pura bondade
poderá, um dia, me libertar!

Brasília - 07/08
/2007

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BAILIA


Balada para a Mãe Terra
Margaret Pelicano

Sinto uma pena tão grande do povo iraquiano...
não perdeu a noção da paz e a deseja e ufana.
Não conseguiu extinguir a vergonha humana
de conviver com pessoas ardilosas e vis.

Falta-nos a cerviz,
compreender e ajudar,
evitar tanto mal...

Sinto um dó do Afeganistão
país tão carente de amor,
ô meu Deus, que povo sofredor!
eternamente em lutas tribais, choram seus ais!

Falta-nos a cerviz,
compreender e ajudar,
evitar tanto mal...

Sinto um horror ao presenciar a guerra urbana
no Rio...transformou-se em lugar infernal?
Imperial cidade, histórias de um país,
belezas insanas, cidade profana?

Falta-nos a cerviz,
compreender e ajudar,
evitar tanto mal...

II

Oprimidos e opressores
e num raciocínio rápido
superficial e medíocre
o que estamos fazendo para evitar os horrores?

Falta-nos a cerviz,
compreender e ajudar,
evitar tanto mal...

Palavras! Tão banais! Às vezes tão anti-sociais!
Onde a capacidade humana de servir de fato?
Onde as atitudes em busca das virtudes?
Como derrubar velhos poderes? Instituir honestidade?

Falta-nos a cerviz,
compreender e ajudar,
evitar tanto mal...

Pobre do povo que não conhece sua força
e por ignorância não ouve
o murmurar inefável das rezas
pedindo clemência, extinção da violência!

Falta-nos a cerviz,
compreender e ajudar,
evitar tanto mal...

Infeliz de quem pretende a paz construída com a guerra!
Quem não utiliza a inteligência para minorar sofrimento;
quem compactua com outros elementos:
vícios, tormentas, infelicidade, desalento!

Falta-nos a cerviz,
compreender e ajudar,
evitar tanto mal...

Estes os sinais do fim do homem;
muitos na contramão do bem;
alguns lutando impertubavelmente
apostando num mundo melhor, além...

Falta-nos a cerviz,
compreender e ajudar,
evitar tanto mal...

Superar os prognósticos do apocalipse 'now'
é estar com Noé, construindo a nau
da boa aventurança, evitar um destino trágico e final
da mãe Terra, nesta nova era!

Brasília - 12/04/2007

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DEUSES ADORMECIDOS




Filhos de Deus, deuses por herança,
deveríamos revoar como pássaros,
aos bandos de alegria e bem
ombreando com a sabedoria do animal
que só mata para se defender ou comer;
com a sabedoria do vegetal que dá sombra e alimento...

No entanto,
de momento a momento,
caímos nas próprias armadilhas mentais,
usando de maledicência e injúrias
esquecendo a clemência. E o mal
se aproveita e ecoa em nossa mente seus impropérios...

Adeja no ar as benesses do Criador,
suas falanges do bem, criando e recriando paz,
que tantas vezes ignoramos,
praguejando, reclamando, blasfemando
contra as leis divinas!

Enquanto não resgatarmos em nós mesmos a caridade,
abandonando a leviandade,
a preguiça, o comodismo,
estaremos aqui, lições repetidas a cada encarnação,
aguardando uma evolução que não vem!

Brasília - 17/12/2006

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terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Texto Fantásticamente Belo



Um mundo novo em folha


Era uma folha de papel em branco. Fazia muitos planos para seu futuro, como a maioria das folhas de papel em branco que havia no pacote. Em seus sonhos mais felizes, planejava para si uma vida de serventia educativa. “Afinal”, pensava a folha, “o conhecimento é o bem mais importante para qualquer ser”. Por isso, em sua lista imaginária de sonhos, via a si mesma numa escola, como instrumento de aprendizado de inúmeras crianças, ou, então, no Ministério da Educação, e nesse sonho toda a sua superfície era recoberta de projetos educacionais para a população carente de saber. A pequena folha acreditava no futuro. Até chorava de orgulho antecipado ao se imaginar como página de um livro, podendo difundir através de palavras o conhecimento. E, então, queria ser reciclada e reutilizada diversas vezes. Um dia estava presa em seus devaneios, dentro do pacote com outras folhas de papel em branco. Um menino se aproximou. Abriu o pacote e puxou para si a pensativa folha. Finalmente, pensou ela, poderei ser útil à educação dessa criança! O garoto prosseguiu, realizando dobraduras na outrora lisa folha, que não compreendia o que se passava em seu corpo. Num instante, transformou-se em um avião de papel, que realizava manobras de guerra nas brincadeiras “bélicas” infantis. No fim da tarde, foi esquecida no chão, e logo surgiram mãos para amassá-la e jogá-la no lixo da cozinha, junto com os restos de alimentos desperdiçados. Em seu exílio, chorou, frustrada, e descobriu que o resto do feijão do almoço ao seu lado sonhava em acabar com a fome do mundo.


Ananda Araújo Lima Costa – aluna do Ensino Médio do Sartre COC - 1º lugar no 6º Concurso Nacional de Redação “Ler é preciso – O melhor lugar do mundo”, categoria Ensino Médio, promovido pelo Instituto ECOFUTURO.

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domingo, 17 de fevereiro de 2008

ROSAMUNDO


RosaMundo chegou,
rosamundando a terra de flores
e também a correnteza,
molhando o ar,
saponaceando-o de pólen.
Anteontem RosaMundo chegou
deglutindo o que era poluído,
enfeitando o mundo com pássaros renascidos.
Ontem meio enfraquecido
RosaMundo descansou
menos que Deus,
mais que vivo.
À noite Rosa Mundo olhou pro céu e implorou ao Criador:
Mais RosasMundo para consertar o que o semideus estragou.
Depois deitou e chorou...
Hoje RosaMundo faleceu
desmanchou-se no luar,
desintegrou-se em miríades de estrelas
que recordam toda noite a nossa responsabilidade.
RosaMundo fez tanta beleza
rodeou o mundo de certezas
só não conseguiu vitória com semideuses
que orgulhosos continuam semeando vermes
que borbulham nos altares da natureza.
Brasília - 15/08/2004
Gif da amiga Walquíria, grupo Energia Crística

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CAMINHOS DA VIDA



A vida tem cores que por vezes não percebemos, tem sons que nem sempre ouvimos, tem sabores que não
provamos, armadilhas que nós mesmos armamos, e caminhos, muitos caminhos, que ainda não percorremos.Falta-nos tempo para apreciar os detalhes. Assim, deixamos o tempo, precioso tempo,escorrer pelos dedos da mão.Filhos que crescem e não percebemos, amores que vão se desfazendo, caindo na rotina massacrante, e não percebemos.Envelhecemos e abandonamos nossos sonhos, passamos pela vida e reclamamos, um ano começa e quando vemos,já acabou sem ao menos termos vivido.Nossas orações são ladainhas repetidas, expressões vazias da nossa desilusão, Deus no trono distante, nós na Terra errante...Não há mais tempo para a vida, apenas para os compromissos inadiáveis da nossa agonia, somos empurrados pelo consumismo, somos esmagados pelas dívidas, pelo preço de viver.Na luta diária da sobrevivência não há tempo: para poesia, flores, sentar no chão, andar descalço, comer com a mão, namorar na praça, andar sem direção ter com Deus uma comunhão...Estamos fugindo do encontro crucial entre nós e os nossos sonhos, entre o que queremos e o que não temos,entre o que imaginamos e o que é.E fica no ar a pergunta: para onde vamos?Que você vá rumo a felicidade, descobrindo que a vida é um presente sem igual, que Deus oferece para alguém especial, sentindo a brisa da manhã que convida, para a vida que se abre em flor, desejando pra você: muita paz e muito amor.Eu acredito em você!
Paulo Roberto Gaefke

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DEFINITIVO




Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável,um tempo feliz. Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!!! A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento,perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional...

Carlos Drummond de Andrade

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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

O PIOR ANALFABETO


"O pior analfabeto

É o analfabeto político,

ele não ouve, não fala,

nem participa dos acontecimentos políticos.

Ele não sabe que o custo da vida,

O preço do feijão, do peixe, da farinha,

Do aluguel, do sapato e do remédio,

dependem das decisões políticas.

O analfabeto político

É tão burro que se orgulha

E estufa o peito dizendo

Que odeia a política.

Não sabe o imbecil que,

Da sua ignorância política

Nasce a prostituta, o menor abandonado,

E o pior de todos os bandidos,

Que é o político vigarista,

Pilantra, corrupto e lacaio

Das empresas nacionais e multinacionais."


Bertolt Brecht

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ENVELHECER



Sentir o corpo arder,
mas não é desejo;
sentir dores nos pés,
mas não é futebol;
sentir os ombros caírem,
mas não é vôlei, nem basket;
sentir os braços se alongarem,
mas não é brincadeira de roda;
sentir as pernas afinarem,
mas não é regime;
sentir o amor ir embora,
mas não é morte;
sentir desesperança,
é a falta de saúde;
rir pouco, chorar mais;
é a depressão;
sentir a energia indo, indo,
é a mocidade que finda;
sentir tristeza,
é a solidão imposta;
e não venham dizer:
que é preciso saber envelhecer!
Uns sabem,
a maioria não!
Não é coisa que se aprenda ao nascer,
nem na escola, nem na vida...
é a partida
da ilusão;
é a espera da morte;
é sentir os desprezo dos jovens,
e o amor das crianças;
é a impaciência dos filhos;
o cansaço da família
o não dar mais conta de tanto trabalhar,
e se bobear, ouvir: pessoa preguiçosa!...
É enxergar o céu azul do amanhecer
e perguntar:
até quando?
É amar a chuva
e saber que nunca mais
poderá caminhar sob ela
por que a pneumonia está a espreita;
o reumatismo corre célere...
a vista se cansa,
mas quer guardar na retina
mais e mais belezas
com medo de não mais enxergar,
a pele aprecia o sol,
porém, há que se cuidar:
se muito mata;
se pouco o osso quebra;
enfim, quase nada mais,
se aproveita,
e pouco se deleita!

Brasília - 15/02/2008

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A VIRTUDE DA DISCIPLINA




Certas palavras e expressões às vezes têm seu sentido deturpado ou reduzido.
Assim ocorre com a disciplina, freqüentemente entendida como submissão a um agente externo.
O termo remeteria à ação que sujeita a vontade de outrem.
Por exemplo, o pai que disciplina seu filho ou o comandante que conduz suas tropas sob um regime disciplinar severo.
Embora a disciplina sob o aspecto exterior seja necessária, ela a tal não se circunscreve.
Na realidade, é sob o prisma interno que a disciplina revela seu mais rico potencial.
Trata-se de uma virtude que viabiliza a aquisição de todas as outras.
Sem disciplina, não há avanço e transformação moral e intelectual.
A criatura indisciplinada permanece como sempre foi.
Seus vícios e debilidades não encontram firme oposição e os mesmos erros são incessantemente repetidos.
A disciplina atua no plano da vontade.
Ela estabelece regras e define como deve ser o comportamento futuro.
O homem disciplinado diz a si mesmo que deve fazer e se mantém firme no propósito.
Mesmo contra seus interesses e tendências naturais, segue o programa de melhoramento que se impôs como meta.
A disciplina consiste em uma força interior que permite a alteração de velhos hábitos.
Não se trata apenas de decidir ser melhor, mas de colocar em prática o que se decidiu.
Certamente há vacilos, mas logo o homem disciplinado retoma seu projeto inicial.
Ele não se permite desistir, quando percebe a viabilidade da meta que elegeu para si.
Todos os Espíritos, atualmente vinculados à Terra, já passaram por incontáveis encarnações.
No longo processo de aprendizado, cometeram muitos equívocos e desenvolveram maus hábitos.
Certas tendências do pretérito remoto ainda hoje se fazem presentes nos homens.
Nos primórdios da evolução, o Espírito era despido de cogitações intelectuais e morais mais complexas.
As preocupações do ser resumiam-se à preservação da vida e à perpetuação da espécie.
O tempo não gasto com a satisfação dessas necessidades era dedicado ao ócio.
Assim, o gosto excessivo pelo descanso lembra as fases primitivas da existência imortal.
O mesmo ocorre com a preocupação desmedida com alimentação e sexo.
Nada há de errado com a satisfação das necessidades elementares da vida, em um contexto de dignidade.
O vício reside no excesso e na fixação do pensamento em atividades que são meramente instrumentais.
A destinação do Espírito humano é excelsa.
Compete-lhe vencer a si mesmo, libertar-se de hábitos primários e preparar-se para experiências transcendentais do intelecto e do sentimento.
Ocorre que isso somente é possível com muita disciplina.
Sem uma vontade firme aplicada na correção do próprio comportamento, ninguém avança.
Maus hábitos, como maledicência, gula, preguiça e leviandade sexual, não somem por si sós.
Eles devem ser corajosamente enfrentados e subjugados.
O abandono de vícios é lento e doloroso.
No princípio, o esforço necessário é hercúleo.
Mas gradualmente se percebe o peso que representam as más tendências.
Surge uma sensação de liberdade e de leveza, com a adoção de um padrão digno de comportamento.
Então, o que era difícil se torna fácil e prazeroso, pois a disciplina gera a espontaneidade.
Pense nisso.


Redação do Momento Espírita.

Em 15.02.2008.

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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

POETRIX - DUETO: TT e MEG



Devaneio
Maria Thereza Neves


Corpo lânguido de ponta a ponta
nas asas tontas, inquieto
em devaneio a mente alonga.

12/02/08
*
(Direitos Reservados)


DEVANEIO
Margaret Pelicano

Os olhos semicerrados
espreitam o imaginário:
há uma Cinderala triste no borralho!

Brasília - 14/02/2007

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RONDEL


QUANDO TUDO NA VIDA PARTE
Margaret Pelicano

Quando tudo na vida parte
e o sonho não mais me habita,
as pétalas que me rodeiam murcham
por mais que no jardim estejam renascidas.

Corre célere o tempo bom
e o da derrota ainda palpita,
as pétalas que me rodeiam murcham
por mais que no jardim estejam renascidas.

É quando o vento mais forte bate no rosto
fustigando a face pesarosa
exigindo ter a face erguida
e sonhar um sonho com arte
mesmo quando tudo na vida parte!

Brasília - 14/02/2008


RONDEL
O Rondel é um gênero de poesia surgido na França.Sua forma é sempre a mesma, não varia nunca.É formado por duas estrofes de quatro versos e uma de cinco versos, nesta mesma ordem.Pela maneira que é estruturado, o Rondel irá sempre ter apenas duas rimas.Tem uma peculiaridade que é o seguinte:os dois primeiros versos da primeira quadra vão ser os dois últimos versos da segunda quadra.Temos que cuidar ainda, que o primeiro verso da primeira quadra será o último verso do poema (da estrofe de cinco versos).

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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

CORAÇÃO PARTIDO




O coração partido
nunca mais recomposto
deixou-me a sol posto,
num perambular perdido...

Perdi do companheiro o gosto,
não mais o amor me é apetecido,
o gosto do vinho é amargo e roto
como tecido quando desprendido...

Os dias passam em calmaria
ventos bravos ou brandos que importa
se o coração fechou a porta
por onde entra a emoção, mesmo tardia.

As rimas são pobres nunca raras,
como é estar apaixonado sem retorno,
parecem adagas frias e afiadas
para um coração que antes era forno...

O calor foi diluindo
esfriando alma e entranhas
o coração continua partindo
sem encontrar porto em outras manhas!

Brasília - 12/02/2008

MEUS AGRADECIMENTOS À DIRMA POR GIFs E PAPÉIS DE CARTA QUE ELA GENEROSAMENTE ME ENVIA!

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escrito por Margaret Pelicano às 08:51 0 Comentários

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

BENJAMIN FRANKLIN



"A melhor coisa que você pode dar ao inimigo é o seu perdão ;ao adversário, sua tolerância ;ao amigo, sua atenção; ao filho, bons exemplos ;ao pai, sua consideração;à mãe, comportamento que a faça sentir-se orgulhosa. A todos os homens, caridade. A você próprio, respeito."

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escrito por Margaret Pelicano às 08:29 2 Comentários

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

SOLIDÃO, BOA AMIGA


SOLIDÃO, BOA AMIGA
Margaret Pelicano

Solidão acompanhada,
para o mundo, uma boa estratégia
Este não quer rédeas,
melhor é aceitar e aprovar...

Encontrar nos livros, companheiros;
nos jornais, o grito que se quer dar;
na música a beleza mais faceira;
na pintura, um altar...

Solidão acompanhada?
Uma entradinha na rede de comunicação,
aqui chovem textos de auto-ajuda,
amigos querendo saber de sua solidão!

Solidão, sensível mucama,
escrava de nossas idéias,
às vezes insuportável correia
que prende pés e pernas...

Coração, então, nem se fala,
lateja, bate descompassado,
quando a solidão impera...
...sejamos, pois, mais ousados,

inventemos nossa aquarela:
há que se ver em todo vizinho a simpatia,
cada um tem o seu legado:
é só deixar passar a aragem fria...

Procurar o belo no quadro mais desolado!
Há o belo das ações,
assim, teremos o mundo modificado
e a alma repleta de orações.

Sejamos então gratos,
a todos que nos afagam.
Entender que a vida é um fardo,
faz-nos compreendê-la de fato!

Solidão acompanhada?
Jesus é a estrada
que não devemos descartar!
Bem vinda, antítese da companhia
de tudo devemos vivenciar!

O silêncio da solidão é propício
para um profundo meditar,
refletir sobre nossos atos,
e assim, estaremos prontos para melhorar!

Brasília - 11/02/2008

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escrito por Margaret Pelicano às 20:01 2 Comentários

Agradecida ao carinho do amigo e esposa querida...


MARGARET PELICANO, A PROFESSORA!
Bernardino Matos.

Margaret, no dia professor, lembrei-me de você com carinho,
escolhemos uma profissão nobre e também a mais sofrida,
encontramos tanta pedra nesse ermo e tão longo caminho,
são tantas as topadas, que a alma fica cansada e dolorida.

O maior trabalho não é ensinar,transmitir o conhecimento,
mas escutar os anseios de cada aluno, aliviar o pesado,
fardo do viver, das carências afetivas, do desalinhamento,
entre o sonho e a realidade, entre o vivido e o almejado.

Essa árdua missão exige desprendimento, humildade,
coragem, abnegação, respeito pelo ser humano, paciência,
capacidade para aceitar salários que ferem sua dignidade,
aceitar a falta de reconhecimento, que mina sua resistência.

Os olhos cansados , após noites em claro, dores nas costas,
de tanto corrigir trabalhos e provas, a luta para conseguir,
manter-se atualizado, pela falta de recursos, sem respostas,
para tantos problemas, o professor, tem que a tudo resistir.

É desolador o resultado, é amargo o fosso que se verifica,
entre as exigências do futuro e o despreparo que agride,
entre o sacrifício do professor e o descaso que pontifica,
entre o avanço da ciência e a vontade de lutar que regride.

Margaret Pelicano, apesar dessa tarefa árdua e espinhosa,
eu sinto um orgulho imenso em ter assumido essa missão,
e, hoje, quero reverenciá-la por essa opção maravilhosa,
um abraço carinhoso, Deus sabe que nada foi feito em vão.

Fortaleza, 15 de outubro de 2006.

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escrito por Margaret Pelicano às 19:24 1 Comentários

BASTA



Basta de violência, minha garganta é ardência!
Basta de gritos surdos, minha voz em versos emudeceu!
Basta de queimadas, a Terra perece, é fogueira que se acendeu!
Basta ao aquecimento global! A Terra sente esta dor, visceral!
Basta de Terrorismo, em istmos a terra floresceu!
Basta de guerras, aniquilada a dor faleceu!
Basta de violência urbana...
...a energia da Terra se pergunta:
em que corações Cristo se perdeu?

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escrito por Margaret Pelicano às 19:22 2 Comentários

domingo, 10 de fevereiro de 2008

QUANDO LAURINHA ERA PEQUENA...


Só Se Muda o Endereço, 'Os Causos' São os Mesmos


Quando Laurinha era pequena, deitáva-mo-nos numa rede e ela insistentemente me pedia histórias. Não queria ouvir as tradicionais Branca de Neve, Os Três Porquinhos, A Gata Borralheira, insistia nas novidades.


Ai meu saco, havia momentos em que eu só queria descansar, eram férias não queria inventar nada. Mas, ela pedia e pedia.


As tardes em Minas eram lindas, um verão de céu azul incalculável, os pardais voejavam pela garagem alegrando o dia e a criatividade me invadia. Eu começava: - " era uma vez um passarinho" que se apaixonou por uma passarinha. No auge do amor...Laura perguntava: - vó, o que é auge? Eu explicava e continuava:- ele a pediu em casamento.


Ela muito bonitinha, apanhou com o bico as flores de laranjeira e fez uma grinalda. Dos varais de D.Maria, apanhou os fios brancos das roupas velhas e costurou um véu. Teceu um vestidinho de noiva e foi, alegremente, se encontrar com ele na matriz da cidade, para Jesus abençoá-lo.


O passarinho lá estava: de uma meia velha havia feito uma casaca, da tampinha do guaraná a cartolae na lapela...- vó, o que é lapela? Eu respirava fundo, explicava que era a gola da casaca. Na lapela, colocou um raminho perfumado de mirra e uma florzinha de maçã.


Os dias se passaram, ela sentiu cólicas, como sua mãe, Laurinha... - ah! vó, 'tadinha'! Eu já impaciente: - páre de interromper, Laurinha! E ela respondia: - está bem, continue vó.


O passarinho preocupado, fez massagens na barriguinha dela até que ela griou: - vou botar ovinhos! E saiu correndo para o ninho.


O tempo passou, ela chocou. Dos 3 ovos, nasceu só um filhinho. Um ovo caiu e quebrou, outro...gorou.- Ah! não vó, 'tadinha', só nasceu um filhinho?- Só Laurinha, infelizmente...


Amanhã a gente continua a história, já é noite e ela reclamava, insistia. Eu precisava repôr as baterias para o outro dia...

II

Após os passeios pelas águas minerais das Gerais, a gente lanchava na casa de minha irmã, banhava e ia colocar as redes lá fora, onde corria uma brisa fresquinha que vinha das montanhas.


Eu me esquecia, mas ela não.

- Vó, conte do bebê da pardalzinha? - Ah! não Laurinha, hoje não... Porém, ela com aqueles bracinhos que me embrulhavam com carinho, como até hoje o faz, e uma vozinha melodiosa, e cheiros e gostosuras que só um anjo sabe ter, pedia: - Conte vó!


Eu então falava:- O passarinho foi crescendo em ternura e graça, como o Menino Jesus. Mamava pelo biquinho, era uma gracinha, comia minhocas que o pai trazia, bebia água de flor de pera, suco das jabuticabas maduras. Foi ficando forte.


Certa vez, viajou com os pais para o litoral, levando sua malinha repleta de brinquedos, no bico. No primeiro mergulho, quase se afogou, não era filho de pato para saber boiar na água, nem de gaivotas, enfim... - O que são gaivotas? - Ai, Jesusinho do meu coração...e ríamos muito.


- Vó dentro da malinha do passarinho só tinha brinquedos? Ele não sentia frio? A vó mais coruja do mundo dizia: - havia calça de veludo para as noites, um 'pulover', meias, um gorrinho, tudo na mais perfeita ordem, Laurinha.


E assim os dias se passaram. Hoje recordamos com imensa saudade das histórinhas: o passarinho era levado, de vez em quando levava palmadas; ficava de castigo quando respondia para a mãe, mas era excelente aluno, como você é Laurinha.


As histórias se repetem. Como dizem as pessoas: só se muda o endereço, 'os causos' são os mesmos! E assim, como a vó do passarinho (que aparecia no terceiro capítulo) o amava muito, esta vó aqui te ama também, creio que até mais, se isto for possível!


Brasília - 10/02/2008

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escrito por Margaret Pelicano às 19:31 1 Comentários

NA BUSCA DA CORREÇÃO - Élio Mollo


Tristeza! Desânimo! Falta de coragem!
Tenhamos calma. Mudemos de imagem.
Façamos uma viagem
para dentro de nós mesmos,
e procuremos com muita vontade
uma cota de bem em boa quantidade.
No ambiente Universal.
O Homem sensato
procura reconhecer-se em suas fraquezas,
intentando melhorar-se,
numa assídua transformação moral,
de modo racional,
com ações persistentes,
domando, suas más inclinações pendentes.
Como um bom lutador,
o homem sensato
considera sua capacidade espiritual,
examina a extensão do labor,
analisa todas as condições do trajeto
e, com a consciência de possível fracasso
e de não desistir apesar da dor,
se põe em ação com fé no projeto.
O auto-aperfeiçoamento é a base de sua missão,
e com esse cuidado,
tem noção de sua capacitação,
não desanimando na busca de sua correção,
pois entende como Jesus ensinou,
um dia, numa preleção:
"Sede vós perfeitos,
como é o Criador
com o Seu Amor e sustentação".

13/11/2007

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escrito por Margaret Pelicano às 10:22 0 Comentários

sábado, 9 de fevereiro de 2008

O POUCO DE TI ME BASTA




O Pouco de Ti Me Basta

By Woo

O pouco de ti me basta
se não for o olhar.
o toque,
a palavra

tua respiração ...me basta !

**********
Margaret Pelicano

Tua lembrança me basta!
Saber que você existiu para mim um dia,
deitou-me calor na alma fria
e a vida não mais se arrasta!

Brasília - 09/02/2008

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escrito por Margaret Pelicano às 13:54 2 Comentários

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

DEDICADO À ABADIA RODARTE - amiga do coração



Diz uma amiga do coração: - Costumamos esperar o que não vamos receber. Se já sabemos disso, por que perdemos tempo esperando tais acontecimentos?

Creio que isto acontece, porque somos esperançosos ao extremo, ou queremos acreditar que as pessoas são capazes de mudar. E raramente elas mudam. Se mudam, é muito lento e não temos paciência de esperar.

Ela ainda me disse: - Já fiz tudo o que tinha que fazer por todos da família. Estou precisando de mim, agora! Achei verdadeiro, lindo, poético. Tal frase, atingiu-me como lança que voa em diração ao coração ou como porrada no queixo, de repente, fazendo o cérebro latejar!

Percebi a realidade, intensa, guardada bem aqui dentro: Também estou precisando de mim, com urgência. E meu receio maior, é continuar me doando aos outros e não me encontrar, não saber direito quem sou, continuar na sombra dos meus acontecimentos, tomar decisões que não quero por não saber a direção das coisas, por não saber pensar.

Aí, me propus a escrever uma carta a Deus! Nos momentos de angústia, só ele para fazer a gente se encontrar! Agradeci o que me foi doado com tanto amor, como diz ela: - filhos lindos, saudáveis; uma família boa, amigos inteligentes, emprego, salário...e em outra parte da cartinha pedi: "Senhor, se tiver tempo, se eu merecer, mostre-me a chama no final do túnel, mesmo pequenina, para que com minha boa vontade e interesse eu consiga saber o que quero para mim neste final de vida. Que meus pensamentos não sejam confusos, que eu me ame a ponto de não me achar egoísta, nem me sentir culpada....deixe-me tentar ser feliz, Senhor, sabendo que daqui pra frente a felicidade é diferente!"
Obrigada Abadia, não é à toa que você tem nome de igreja, você é excepcional!
Brasília - 06/02/2008

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escrito por Margaret Pelicano às 19:26 3 Comentários

Texto de Walkyria Garcia


Por vezes, temos necessidade de parar para pensar e fazer um auto julgamento sobre o que fizemos de nossa vida, e em nossa vida. Temos que reavaliar muitas atitudes, verificar se ainda podemos corrigir erros cometidos, para tentar acertar nosso rumo para o futuro.

É preciso reescrever nossa história, e isso implica em voltar às origens, começar do começo. E para começar, sempre o difícil será dar o primeiro passo.
Temos que ver dentro de nós mesmos, o que está certo, e o que está errado. Descobrir o que sentimos estar errado.

Apenas o coração, nos poderá ditar as regras e as normas, permitindo-nos discernir e reavaliar situações.

Pode ser que estejamos misturando os sentimentos, e o relacionamento que estamos vivendo, não ser na verdade um relacionamento de amor. Se assim o fosse a sensação seria de Paz. O Amor verdadeiro, é a Paz em nossa Alma. Se não sentirmos essa paz interior, é porque algo está errado.
Se insistirmos em uma relação pesada, ou num relacionamento que nos dá a nítida sensação de estar vivendo um enredo errado, onde os atores não conseguem acertar o tempo certo da fala ou do silêncio, é preciso parar para meditar, ouvindo o coração.
Pode acontecer de estarmos vivendo um amor onde a parceria não corresponde na mesma intensidade. Pode acontecer de estarmos vivendo um amor proibido, onde o outro ou até mesmo você não estejam preparados para assumir este amor, e então terá como resultado a Dor, não a Paz. É hora de parar para sentir e ouvir o coração.

O remédio para corrigir esses desencontros chama-se auto-estima. Se não a tivermos, viveremos na ilusão fantasiosa de que um dia irá acontecer. E passam-se os dias, que se transformam em meses e até anos. E quando finalmente nos damos conta, a vida passou por nós. E ficamos na mesmice, estagnados, criando um lamaçal em nossos pés não nos deixando sair do lugar. E precisamos definir qual o melhor caminho, que poderá ser manter esse relacionamento, após um acerto de situação, ou então cada qual seguir por um caminho.

Fiquemos então atentos ao que diz o coração. E se for hora de mudança, a hora é agora. Quando despertamos para um novo dia não sabemos se este poderá ser vivenciado por completo.
Abrir os olhos pela manhã já é uma graça de Deus. Devemos agradecer essa dádiva vivendo cada minuto como se fosse o último.

E ao vive-lo que seja com amor profundo, com o amor que nos fará profundamente felizes, mesmo que tenhamos que enfrentar grandes e constantes problemas.
Somente no Amor valerá a pena ser vivida a Vida. Ame-se, respeite-se e se for o caso...recomece.
06/02/2008

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escrito por Margaret Pelicano às 18:30 2 Comentários

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

AMIGOS VIRTUAIS - DUETO COM CORA MARIA



Olá Margaret minha linda!
Boa noite!
Menina que alegria estou sentindo!
Nossa! Mas como é lindo seu blog, é notavel sua alma sensível e organizada dentro dele, amei de paixão!
E que honra estar de mãozinhas dadas contigo em seu espaço tão esmerado
Obrigada é tão pouco pelo muito que tenho a te agradecer!
Deus te pague amiga, estou demais feliz!
Pra voce!
Com carinho,
Baitabeijo,Cora


Tenho tantas irmãs,
são atrizes e guerreiras!
No jogo da vida companheiras,
na luta diária faceiras,
emotivas e de bom coração.
Quero nesta ode domingueira,
agradecer a Deus,
pelas doces companheiras,
que ele colocou em minha vida,
tornando tudo em volta iluminado,
são minhas amigas virtuais,
minhas manas queridas!

Quanto aos homens,
aqui na Net encontrei plenos cavalheiros,
pessoas simpáticas,
gentis guerreiros,
que me amparam quando preciso,
quando as lágrimas se fazem sorrateiras,
e eles percebem a tristezaque invade uma vida inteira!
Volto a agradecer ao Criador por gente tão boa,
por amizades de muitos anos,que nunca me causaram danos,
pelo contrário: fazem-me rir à toa!

Brasília - 10/02/2007

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escrito por Margaret Pelicano às 11:13 0 Comentários

AMIGO UNIVERSAL - CORA MARIA



Amigo, queridoAmigo de todas as horasAmigo Universal,Imortal,Espiritual.

Presente do universo
que acompanha meus dias.

Sombra protetora,
amigo sem rosto,
sem nome
Tua missão:Amor, Proteção.
Hoje te trago minha melhor inspiração
Em versos te trago meu coração!
Perdida nas esquinas da vida,
vens ao meu encontro e me direcionas.


Te sinto,te pressinto!
Nos dias de sol caminhas ao meu lado,
percebo tua energia serena.
Nos dias nublados,
me acompanhas silenciosamente,
esperando que eu o convidepara entrar em meus pensamentos,
e me soprar o melhor direcionamento
Te sinto!Te pressinto!
Nesta hora de abertura me falas,
e trazes as palavras necessárias
para meu reencontro,meu equilíbrio.
És Divino! És fonte inesgotável de amor.
És mágico,és Energia Pura do Universo.
A ti rendo toda minha gratidão!
Amigo sem rosto
Amigo sem corpo,
Amigo da Eternidade.
E pelo bem que a mim fazes,
hoje te batizo com o nome de"Felicidade"
Designado pelo Céu!
És meu Anjo de Guarda Protetor!
Salve!!! Salve!!!
Obrigada Senhor!

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sábado, 2 de fevereiro de 2008

INCÊNDIO NA MATA




Ressoa pela madrugada um grito pungente de dor!
A passarada assustada bate asas com estupor;
e sobrevoa um céu plúmbeo, pesado, de chumbo...
é o incêndio que galopa na mata, folhas secas a sobre pôr!

Folhas mortas e ramos verdes, tudo correndo, se arrastando,
arrasando com os lamentos, a vida calcinando
levando a alegria, a tristeza espalhando
tão pequeno o cigarro, tão grande o fogo abrasando...

..como gêiser. Nos labirintos, correm os animais
perdendo suas crias, apavorados de mais
enquanto silenciosamente as árvores crepitam

e caem mutiladas, sem poderem gritar de horror!
Incauto é o homem que não pensa no amanhã,
e destrói nossos irmãos, numa agonia e pavor!

Brasília - 12/12/2006

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escrito por Margaret Pelicano às 18:54 0 Comentários

ENTRELACE: BONITO O TEU CANTO POETA



Inês Marucci e Margaret Pelicano


Bonito teu canto triste,
sincero,
rasgando a alma andarilha,
mas que se reconhece divina filha,
ao ver o largo tapete de glórias à frente se esticando
e florindo,
para melhores e refrigerados amanhãs.

É a vida cheia de ferulas,
surpresas, suspenses e esperares,
razão pela qual não cabe desesperar e desacreditar.

Bonito teu canto triste,
sempre a crer em Deus,
sempre a decorar com palavras
o mais nobre altar:
o altar da poesia
da vida, das gentes,
das crianças,
de todas as sementes,
e simplesmente,
acreditar!

Bonito teu canto triste, poeta,
bonito te ter,
aqui te encontrar,
nos livros,
na internet, em qualquer lugar...

Bonito saber que no mundo há alguém
que grita por outrem,
que defende a criatura e o Criador,
os animais e vegetais
bonito teu canto,
um tanto lindo, poeta!

Tu que despendes o teu tempo para lutar
por quem pessoalmente não conhece,
mas que faz parte da espécie
criada por Deus
para ser superior, secular!

Bonito o teu canto, poeta!

Brasília - 06/12/2006

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escrito por Margaret Pelicano às 18:42 0 Comentários



MINHA NAÇÃO NÃO TEM MAIS NADA A PERDER
Margaret Pelicano

Que fazer com a politicalha de minha nação?
Sofrida, depauperada, carcomida
parece que carrega na garganta uma navalha
e assiste os risos cínicos da corja ignara!

Que fazer com sessões secretas,
quando o povo quer clarividência
cansados da safadeza esperta,
das roubalheiras e tráficos de influência!

Pobre nação que não apresenta caráter
nos mais altos dignatários, estes que nos representam,
eles perderam os dicionários,
ou apagaram palavras como vergonha e flatulência...

Sim, flatulência! Por que é um mal cheiro
que exala da câmara e do senado,
fétidos homens que só pensam em si e no poder!
Cheios de amantes! Só pensam no erário!

Mulheres que se prestam a com eles dormir,
também traem o povo, são peçonha!
Pobre nação enfraquecida pela corrupção:
não tem mais nada a perder, já perdeu a vergonha!

Brasília - 12/09/2007


Gregório de Matos e Guerra:
"Que falata nesta cidade? - Verdade!
Que mais por sua desonra? - Honra!
Falta mais que se lhe ponha? - Vergonha!"

Ah! bom baiano, vc sabia das coisas!
escrito por Margaret Pelicano às 18:36 0 Comentários

A Face Crispada da Poesia




A boca em lira poética declama,
protesta, agoniza, delira, reclama,
tertuliza a voz de amor vencida
absorta pela insatisfação de quem muito ama...

Ganha quem ouve a declamação,
ganha quem a melodia inexplicável canta,
tentando explicar o inexplicável mantra,
que deglute as iniquidades e as inquisições...

Crispa-se o rosto do poeta em pesares
ao ouvir de si as palavras escritas;
no país do imaginário
sonâmbulo, exila-se na alma aflita...

No purgatório dos desejos insatisfeitos
a boca em lira poética canta
a dor tratada com luva de pelica
e ouve o trinar das invenções e verdades da poesia...

O sândalo santifica cada alma
eternamente enlutada, persignada
em sentir junto com o poeta os ruídos:
de amor ou das faces esfaceladas...

Lá fora o passarinho canta
os assomos das belezas e esperanças,
a clave de sol inicia nova partitura,
o maestro rege o coro de melodiosas vozes;

e a caminhar todos os seres continuam,
a passos largos ou manquitolando,
vão andando, cumprindo o destino humano
enquanto aqui dentro, vibra a corda da poesia!

Brasília - 06/09/2007

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escrito por Margaret Pelicano às 18:30 0 Comentários

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Poema Para Meu Filho Cristiano



Menino sapeca
levado da breca,
desmonta caminhão,
arranca os cabelos da boneca
Quem diria que hoje em dia,
é um homem sério,
trabalhador responsável,
e que ainda ontem,
fugia de casa,
deixava a mãe louca
de preocupação...

Ah! Menino, sapeca,
levado da breca,
adorava bombinhas,
festas juninas,
era o zorro no carnaval,
adorava botas de boiadeiros,
subia nos potros,
galopava que cansava,
adorava um colo,
dormir de mãos dadas....

São tantas lembranças,
desta fase criança,
fugir da escola,
gostar de jogar bola,
esconder para não fazer tarefa
comer o lanche seu
e o da irmã,
chorar e fazer birra,
reclamar com a avó...

Menino sapeca,
levado da breca,
grande amigo,
grande primo,
grande filho,
grande neto
aprecia o céu como teto,
principalmente à noite
quando este brilha com as estrelas

Ah! menino,
que gosta de violão,
seresta e festa,
que achava que era comprar uma viola
e sair tocando
fácil como o mar
com sua marola,
como seu avô
ao comprar um cavaquinho...
Fácil assim,
nem a vida é....

O que ficou de tudo isto?
Um jeito bom de fazer cafuné!
Uma magia no arrasta-pé,
um carinho com a avó,
generoso com a família,
esta trilha
que anda nos trilhos da melhor estação!
Menino, mude não,
você é uma linda criação,
tem morada no coração
da melhor quadrilha
de festa de São João!

Brasília - 08/07/2007

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escrito por Margaret Pelicano às 19:08 4 Comentários

Tradução ao español por Rosena


SONETO: ME OPONGO
Gui Oliva


Me opongo a decír a ese amor
adiós o aún un hasta breve
pues, aunque pase veloz esta vida
es él que está ofreciendome la sobrevida.


Me opongo a aceptar el dolor,
cuando él me quiere mantener impedida
de experimentar el gozo extremo,
del placer de ese amor que para mi es pleno.


Me opongo a borrar este calor
que enciende mis entrañas
en brasas ardiendo en esta tamaña pasión.


Me opongo a dejar de sentír
el sabor de toda esta emoción bendita
pues, aunque yo muera mañana...ese amor queda!


Santos, 2005

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escrito por Margaret Pelicano às 18:48 0 Comentários

SONETO: ME OPONGO



Me opongo a continuar la caminata sin ti,
en cuanto la vida me maltrata
queda olvidado aquí y allí
cuando a tu lado, abrazada, sigo estrellas

como la Cruz del Sur o de David!
Por lo tanto, mozo, la vida es un poço...sin fondo,
aguas cristalinas de vez en cuando
lago profundo, inmundo en su pequeñez...

Aliarse a mi, es situación conciliatoria,
quedar conmigo es tenernos en la memoria,
constantemente afines, situación no vejatoria!

Opongase también, a continuar sin mi persona,
soy un barco de buena proa
navegando mares adornados de flores y coroas!

Brasília - 24/09/2007

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escrito por Margaret Pelicano às 18:26 0 Comentários

Crônica: Carnaval de Antigamente



Passávamos por altos e baixos. Em épocas diferentes meu pai trabalhava muito e ganhava muito. Chegava em casa com latas de vinte litros de balas, bombons, engradados de frutas vindos de Ribeirão Preto. Eram as boas vendas. O contrário também acontecia.

Quando 'as vacas' eram gordas, eu tinha um monte de amigos, todos em busca das guloseimas. E, meu pai, um homem generoso nunca se recusou a repartir e nos ensinou a ser assim.
Carnaval com dinheiro eram com belas fantasias de ciganas, melindrosas, sapatilhas nos pés para não machucar, lança-perfume, confetes e serpentinas, muita alegria nas matinês e quando mocinha nas quatro noites de carnaval. Íamos para o Clube Paraisense.

Nas fases fracas, fantasias com chita. Eu não percebia, mas estas eram as fases ricas da criação: certa vez, eu e minhas amigas fizemos um grupo fantasiado de índias. Para isto usamos saco de estopa forrado com algodão cru para não pinicar, pintamos uma longa pena de galinha com guache e a prendemos numa fita vermelha na cabeça.

Não é que ficamos lindas. Desta feita dançamos na Liga Operária, sem confetes, serpentinas, sem lança-perfume para mirar os olhos dos outros e jogar. Para isto ela era utilizada, para perturbar sadiamente, incomodar, impedir o folião de dançar.

Olha a cabeleira do Zezé...Bandeira branca amor...Na mesma máscara negra que esconde o seu rosto eu quero matar a saudade!...Era ou não era lindo o carnaval de antigamente. Cá pra nós...

Brasília - 25/01/2008

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escrito por Margaret Pelicano às 18:12 2 Comentários

Dueto: Regina Ribeiro e Margaret











DOA-SE UM CORAÇÃO
Margaret Pelicano

Só se doa aquilo quilo que não mais se quer:
por isto lá vai um coração machucado,
uma coluna destranbelhada,
uma vista cansada,
uma vontade de viver...

Sim, esta última, pode ajudar alguém
que queira ainda lutar pra vencer,
que tenha esperança em novo acontecer,
que não desanime nunca,
que acredite na bondade do homem...

Desta feita, está feita a doação,
para vir buscar, há que se acertar o coração,
em longes paragens, cansado da luta,
cuja fé nos homens está por um fio,
se alguém acender o pavio...

Ai, ai, meu Deus! Quero crer
que não sobra nada para apreciar
deste corpo que um dia vicejou,
cresceu, multiplicou
de certa forma com Deus colaborou!

Brasília - 17/01/2008

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escrito por Margaret Pelicano às 18:09 2 Comentários

Dueto com Regina Ribeiro


NÃO POSSO DOAR MEU CORAÇÃO

Maria Regina Moura Ribeiro


Não posso doar meu coração, que foi abençoado quando nasci,

da minha irmã gêmea acompanhada;

acarinhado até hoje, é pela família admirado e amado;

abandonado pela mãe, resistiu bravamente e não ficou alterado;

aconselhado sempre pela tia, apesar de adoentado sempre foi ajuizado;

acostumado a ser agraciado e agradado, ele não ficou afetado;

acovardado somente quando lidou com a morte e teve que ser ajustado.

Mas, pelo marido apaixonado foi sempre acreditado, agradado e amado.

É um coração afortunado, beijado, celebrado;

contentado e emocionado.Já foi deixado de lado,

desfeiteado, desejado, consertado e consolado.

Pelas duas filhas foi embelezado, encorajado, endeusado e homenageado.

E hoje, ele se apresenta aos amigos confiado, iluminado, educado, gratificado, medicado e valorizado, mas também cansado, alterado, desordenado, incredulizado

e algumas vezes entediado


São Paulo, 26/10/2007

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escrito por Margaret Pelicano às 17:56 0 Comentários

poesias, contos, crônicas, cartas